 Terminou na tarde desta terça-feira (23), a ocupação da reitoria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, pelos estudantes. Após um dia de discussões entre representantes do movimento estudantil e da administração da UFPel, com a participação das entidades representativas dos docentes e dos técnicos-administrativos AdufPel – Seção Sindical do ANDES-SN, e AsufPel, chegou-se a um acordo que garantiu conquistas importantes ao movimento estudantil, em contrapartida à desocupação do prédio da administração.
O reitor Mauro Del Pino se comprometeu a publicar o edital de licitação do projeto do Condomínio Estudantil, uma das reivindicações prioritárias para os estudantes, no dia 13 de outubro e também a realização de uma audiência pública para definir o projeto do Restaurante Universitário da UFPel. Outra conquista foi o compromisso de não criminalização do Movimento Estudantil Unificado (MEU) ou de qualquer um dos seus membros.
Os estudantes exigiram ainda a instituição, de forma emergencial e provisória, com vigência de três meses, de uma bolsa-auxílio no valor de R$ 200 aos residentes, para suprir necessidades básicas de seus moradores até que a reitoria arranje meios para torná-la definitiva. Além da criação de uma Comissão Permanente de Acompanhamento e Fiscalização, ainda sem definição de membros, para acompanhar a execução as demandas apresentadas, os ganhos dos estudantes incluem também a garantia de publicação de assembleias estudantis no site da Universidade; instalação imediata de bebedouros nas diversas unidades acadêmicas; compromisso da reitoria de solicitar a abertura do Conselho Universitário e a participação dos estudantes do MEU na próxima reunião.
Segundo a presidente da AdufPel SSind., Celeste Pereira, o desfecho das negociações provou que o movimento estudantil está vivo e tem como intuito garantir melhorias na Universidade. “O resultado foi uma vitória do movimento estudantil, que reivindica o cumprimento por parte da reitoria do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES)”, disse. Celeste afirmou que a Seção Sindical apoiou a luta dos estudantes e não interferiu nas reivindicações deles.
De acordo com a estudante Daniela Lumertz, o movimento estudantil continuará mobilizado. “Faremos contagem regressiva até o dia 13 e cobraremos as promessas do reitor. A partir do não cumprimento das exigências, vamos discutir qual será o próximo passo”.
Ocupação
A ocupação da reitoria teve início na última quarta-feira (17). Na segunda-feira (22), após uma estudante ter sido agredida na organização das atividades culturais de sábado (20) por um dos seguranças do Campus, os estudantes trancaram as portas de uma ala do andar onde funcionam também a Procuradoria Jurídica e o Setor de Convênios da UFPel.
No mesmo dia, a UFPel entrou na Justiça com um pedido de reintegração de posse. Os alunos tinham 24 horas para saírem do local. “Esse foi o resultado de uma atitude de coação por parte da reitoria. Não houve negociação antes da reintegração de posse”, explicou Daniela.
*Foto: Adufpel SSind
Fonte: ANDES-SN
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