O Comando Nacional dos Bancários, organizado pela Coordenação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), orientou os 134 sindicatos de base em todo o país a realizarem assembleias nesta quinta-feira (25) para rejeitar a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 30. O Comando considerou insuficientes as propostas apresentadas na sexta-feira (19) pelos bancos.
"Os bancos que atuam no Brasil continuam tendo a mais alta rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional. Somente os seis maiores deles tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, graças em grande parte ao empenho e à produtividade dos bancários. Mas os banqueiros não querem atender as reivindicações da categoria”, disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional.
“Propuseram apenas 7% de reajuste e rejeitam as principais demandas sociais, como preservação do emprego, fim da rotatividade, melhores condições de trabalho, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades", concluiu o presidente da Contraf.
Para preparar a greve, mobilizar o máximo possível de trabalhadores e pressionar os patrões, o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), ligado à CSP-Conlutas, vai propor nas assembleias, que além da greve dia 30, ocorra uma paralisação parcial, no dia 26, com duração até o meio-dia. No calendário de mobilização proposto pelo Comando de Greve está previsto um ato no dia 2 de outubro contra autonomia do Banco Central (BC), em frente à entidade.
O MNOB propõe que neste dia o protesto deva abarcar também outras reivindicações dos bancários, como a revogação da resolução sobre o correspondente bancário; e que o BC puna os Bancos que demitam funcionários. Com o objetivo de garantir o máximo de transparência nas negociações, o MNOB defenderá nas assembleias que as negociações entre Comando Nacional de Greve e Fenaban sejam transmitidas ao vivo.
As principais reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 12,5%.
> PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.
> 14º salário.
> Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.
> Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.
> Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.
> Fim das metas abusivas.
> Combate ao assédio moral.
> Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.
> Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.
> Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
> Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
*Com informações de CSP-Conlutas e edição de ANDES-SN.
Fonte: Contraf |