Nesta terça-feira (9) aconteceu mais uma reunião entre o Fórum das Seis – que aglutina os sindicatos de docentes e técnico-administrativos da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) – com o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp).
No entanto, mesmo com orientação favorável do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o Cruesp rejeitou a contraproposta apresentada pelo Fórum, de pagamento de abono de 28,6% referentes aos meses anteriores ao reajuste salarial acordado pelas universidades. A reivindicação do Fórum das Seis se baseia em orientação do TRT à USP. Em reunião anterior (3), os reitores propuseram reajuste de 5,2% em duas parcelas de 2,7% - a serem pagas em outubro e janeiro para as categorias.
Ao conduzir as negociações relativas ao dissídio aberto pela USP contra os funcionários, o TRT acrescentou à oferta da reitoria de 5,2% (em seguida encampada pelo Cruesp na negociação conjunta) a proposta do abono de 28,6%, como forma de compensar a perda salarial sofrida por aquela categoria, a ser calculado sobre o salário de maio de 2014. O percentual corresponde ao período de quatro meses (maio a agosto) que ficou a descoberto na proposta do Cruesp.
Na reunião de terça, os representantes do Fórum das Seis argumentaram que, uma vez que a USP judicializou o conflito ao recorrer ao TRT, não há como escapar das consequências dessa iniciativa. Desta forma, o Cruesp deve manter a isonomia salarial, estendendo o abono proposto pelo Tribunal a todas as categorias das três universidades.
Assembleias
Os docentes das universidades estaduais paulistas têm assembleias já marcadas para discutir a negociação entre o Fórum das Seis e o Cruesp.
Na USP e na Unicamp, as assembleias serão nesta quinta-feira (11). Já Unesp, uma Plenária Estadual Ampliada está marcada para sexta-feira (12), às 14h, na capital. A próxima reunião entre o Fórum das Seis e o Cruesp será na quinta-feira (18).
Militares mantém RU aberto durante a greve
Enquanto as negociações pouco avançam, e a greve geral se mantém na USP, a prefeitura do campus de Pirassununga da universidade tomou uma medida extrema para fazer com que o Restaurante Universitário (RU) continuasse a funcionar, apesar da greve: “recrutou” soldados do Exército para preparar a comida. O Boletim de Greve dos funcionários técnico-administrativos de Pirassununga alertou: “Os funcionários do campus de Pirassununga foram surpreendidos com a informação de que o restaurante [...] estaria funcionando durante a greve com a ajuda de pessoas estranhas à universidade. Esta seria mais uma tentativa de enfraquecer a greve dos funcionários substituindo, de forma ilegal, os trabalhadores que estão lutando por melhores condições de trabalho”.
A Lei de Greve, reiteradamente citada pela reitoria para justificar o confisco salarial decorrente do corte de ponto, proíbe explicitamente a contratação de trabalhadores substitutos para exercer as funções daqueles que tiverem aderido à greve. No caso de Pirassununga a situação assume um caráter muito mais grave, pois soldados foram flagrados preparando as refeições do RU sob o pretexto de que um convênio com o Exército permite a cessão de militares à USP.
*Com informações de Adusp – SSind, Adunesp – SSind e Adunicamp – SSind.
* Foto: Daniel Garcia / Adusp
Fonte: ANDES-SN |