Foi realizado, na manhã de terça-feira (3), em frente à sede do governo do Estado, um ato público para chamar a atenção sobre os impactos do decreto do presidente Jair Bolsonaro sobre o Polo Industrial de Manaus (PIM) e a Educação Superior pública no Amazonas. O Decreto Federal 11.052, que zera a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), retira a competitividade de indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM) e afeta o repasse de recursos para a Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Com faixas e bandeiras, os manifestantes gritaram palavras de ordem e discursaram em um carro de som. A presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), professora Ana Lúcia Gomes, explicou que a manifestação era um alerta em defesa dos interesses dos amazonenses. “A Zona Franca está sendo atacada, o emprego de cada um de vocês, de um conhecido de vocês, o Amazonas não pode ficar refém de um presidente da república que não trabalha, que age contra o desenvolvimento do país, a falta de investimento no Polo Industrial de Manaus terá efeito direto sobre a Universidade Pública, principalmente a UEA, onde os seus filhos estudam”.
A docente alertou que toda a população precisa se posicionar sobre o decreto que atinge a economia e a educação no Estado. “Precisamos defender a Zona Franca e condenar esses ataques que estão sendo feitos ao Amazonas, precisamos mudar esse país, tirando do governo que não nos representa, o Brasil e o Amazonas estão cansados de pessoas que apenas se fazem valer de interesses políticos, precisamos mudar isso no voto, nós temos o papel de defender o nosso estado, vamos mostrar nossa indignação nas urnas em outubro”, disse.
Outra bandeira levantada na manifestação foi a recomposição salarial dos professores da UEA, categoria que está sete anos sem reajuste, segundo a presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas (Sind-UEA), professora Marcia Medina. “O objetivo é também levar o governo a refletir sobre as questões do Decreto presidencial que altera as alíquotas do IPI sob pena de amanhã não ter emprego para ninguém, não apenas para os professores das universidades”, disse, acrescentando que não apenas a UEA, mas também projetos de pesquisas no Estado serão impactados.
Em alguns momentos do ato público, os manifestantes entregaram panfletos e pararam um trecho da Avenida Brasil, em frente à sede do governo do Estado, segurando uma faixa com os dizeres “UEA ameaçada. Educação não é mercadoria. Chega de calote”. A diretora do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas (Sind-UEA) e professora da instituição, Ceane Simões, falou que o ato cobra, principalmente, uma posição mais incisiva do governador do Estado, Wilson Lima.
“Essa é uma questão crucial para nós, para a economia do nosso Estado, estamos presenciando um ataque de morte à Zona Franca, isso significa carestia, fome e destruição de uma política de educação consolidada que é a UEA, que depende dos recursos do Polo Industrial de Manaus, se o Polo Industrial é destruído acabou a educação no nosso estado, mantida com esses recursos, a gente precisa reagir, é um ato de resistência, é importante que todos nós saibamos da necessidade da defesa da Zona Franca e da UEA”, afirmou Ceane Simões.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) e estudante da UEA, Cleber Ferreira, disse que é dever do governador lutar pelos direitos do povo amazonense. “Infelizmente o que a gente vê é omissão, e incompetência, por isso estamos juntos, protestando para dizer que esse governo precisa tomar uma decisão imediata, porque nós corremos grande risco, a Zona Franca está sendo atacada por Bolsonaro e Paulo Guedes, o Amazonas não está preparado para a perda da Zona Franca”.
Outro a se manifestar no ato foi o representante do Diretório Central dos Estudantes da Universidade (DCE-UEA), João Paulo Queiroz. "Impactando diretamente a Zona Franca vai como efeito dominó interferir diretamente no fomento da UEA, universidade essa que atende mais de 14 mil estudantes, não só na capital do Amazonas, mas outros municípios, não vamos nos calar". Joao adiantou que novas atividades serão convocadas para mobilizar a classe estudantil.
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