Os docentes da Unimontes e do campus de Ibirité da Uemg, universidades estaduais mineiras, seguem em greve e intensificam a mobilização para abertura de negociações em relação à pauta de reivindicações nas duas instituições. Na manhã desta segunda-feira (1), cerca de 30 docentes da Unimontes participaram do fechamento das duas entradas da universidade a fim de esclarecer a comunidade acadêmica e a população acerca da situação causada pela inconstitucionalidade da Lei Complementar 100 e a não realização do concurso público, o que afetou 75% do quadro docente daquela instituição.
A atividade foi aprovada em assembleia realizada na última sexta-feira (29), que também deliberou pela continuidade da greve. Os docentes exigem a realização imediata do concurso público; a garantia dos direitos dos professores, respeitando a decisão do STF que está sendo descumprida pelo governo de Minas Gerais e pela Unimontes; medidas de reparação de danos materiais e morais aos professores atingidos pela LC 100; reestruturação da carreira docente, aumento do percentual de dedicação exclusiva, incorporação da Gratificação de Desempenho da Carreira de Professor de Ensino Superior (GDPES) no salário base e pagamento do 14º salário atrasado.
Na última quinta-feira (28), foram divulgadas pela Reitoria da Unimontes informações sobre a autorização para realização do concurso público. No entanto, de acordo com o presidente da Adunimontes, Seção Sindical do ANDES-SN, Amário Lessa Junior, não há nada oficial. “A Seplag [Secretaria de Planejamento] encaminhou por telefone a informação para o reitor, que soltou um comunicado à comunidade acadêmica informando que foi aprovado o estudo qualitativo pela Seplag, mas a Secretaria de Ciência e Tecnologia não se manifestou e não há nada oficial. Por isso os professores decidiram, na última assembleia [29], manter a greve”.
Segundo informação da Adunimontes, os docentes aprovaram a manutenção da paralisação após avaliação de que o governo de Minas Gerais ainda não atendeu a demanda dos professores. "A noticia veiculada pela Reitoria da Unimontes, sem inclusive a apresentação de qualquer documento, de que uma Câmara da Seplag aprovou o estudo qualitativo como parte do processo de autorização do concurso, explicitamente não aprovou de modo efetivo o concurso, nossa principal, mas não única reivindicação. O entendimento é que os comunicados vêm justamente responder a força do movimento, mas que ainda não repercutiu na manifestação oficial do Governo de Minas autorizando os concursos e apresentando o cronograma oficial com as datas”, afirma a Seção Sindical do ANDES-SN.
O presidente da Adunimontes acrescenta que na manhã desta sexta-feira (5) está marcada uma reunião com a Seplag para tratar dos quatro pontos de pauta dos docentes. Nesta terça (2), os docentes se reunirão em assembleia às 10h para discutir a continuidade da greve.
Uemg Ibirité em greve
Desde a última quinta-feira (28), os docentes da unidade de Ibirité da Uemg estão em greve por tempo indeterminado. Entre as reivindicações, estão o correto enquadramento na carreira dos professores; jornada de 40 horas semanais para todos e dedicação exclusiva; efetiva política de pesquisa e extensão; autonomia universitária; melhores condições de trabalho; novas nomeações seguindo a listagem do concurso; assistência estudantil.
“Deflagramos greve visto que procuramos a Reitoria por vezes e não fomos atendidos. A adesão à paralisação é de mais de 90 % dos docentes, e conta com o apoio dos estudantes em Ibirité. Estamos aguardando contato da Reitoria para a abertura de negociação”, conta o presidente da Aduemg, Seção Sindical do ANDES-SN, Roberto Kanitz. A unidade Ibirité da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) não foi afetada pela Lei 100 porque foi recentemente incorporada à universidade. Antes Fundação Helena Antipoff, a unidade só integrou Uemg como tal em novembro de 2013, e passou incólume à contratação de professores temporários por meio da controversa lei.
Kanitz acrescenta ainda que a Seção Sindical tem buscado formas de alinhar as lutas dos docentes representados pela Adunimontes e Aduemg, com a elaboração de uma pauta conjunta de reivindicações. “Estamos neste momento tentando unificar as lutas para fortalecer o movimento já que a maioria das pautas são comuns. No nosso caso, temos um concurso válido, mas as pessoas não são chamadas”, exemplifica.
No próximo sábado (6), os docentes participarão de nova assembleia para avaliar o movimento e deliberar sobre a continuidade da greve.
* Com informações da Adunimontes e Aduemg - Seções Sindicais do ANDES-SN
Fonte: ANDES-SN |