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Professores fazem paralisação em 12 Estados



Professores da rede pública de vários Estados brasileiros interromperam as atividades na última quarta-feira para reivindicar aumento de salário e melhores condições de trabalho.

No Paraná, os 85 mil professores da rede estadual encerraram o dia letivo às 10h. Em pelo menos 28 municípios, houve adesão também da rede municipal. Além de reivindicarem a aplicação do piso salarial nacional no Estado, os professores também defenderam melhorias nas condições de saúde dos educadores, como um novo sistema de atendimento à saúde, com foco na prevenção do estresse e de doenças relacionadas.

O Sindicato dos Professores do Paraná também entregou ao governador e aos prefeitos das principais cidades uma carta-manifesto reivindicando a aplicação imediata do piso nacional. Hoje, no estado paranaense, um professor recebe R$ 1.084 por 40 horas de trabalho. Com o novo piso, o valor subiria para R$ 1.187. O governador se comprometeu a fazer o repasse o mais breve possível.

No Rio Grande do Sul, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação estima que cerca de 70% das escolas estaduais aderiram à paralisação. "Estamos muito satisfeitos com os resultados de hoje. Ficou provado que temas como a implantação do piso nacional e a reforma da previdência têm grande capacidade de mobilizar a categoria. O fato de as ações serem regionalizadas em nossos núcleos fortaleceu ainda mais a paralisação", avalia Rejane de Oliveira, presidente do sindicato.

No Espírito Santo, professores das redes municipais de Vitória e Serra pararam hoje. Em Vila Velha, Cariacica e Guarapari, os educadores estão em greve desde o início do mês.

Em Goiás, cerca de 20% das 1.095 escolas estaduais não tiveram aula. Em Goiânia, cerca de metade das escolas fecharam. Pela manhã, houve uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça, em que os professores pediram reajuste de salários. As informações são da Secretaria Estadual de Educação.

Em Tocantins, segundo a Secretaria Estadual de Educação, a paralisação ocorreu em 9 das 547 escolas da rede estadual. Cerca de 6.000 alunos ficaram sem aula. A maior adesão ocorreu na capital, Palmas, onde 7 das 26 escolas estaduais não tiveram aulas. Ainda de acordo com a secretaria, em alguns casos houve adesão de professores da rede municipal também, mas não há estimativa de quantos profissionais paralisaram as atividades.

Em Santa Catarina, 189 mil alunos da rede estadual foram atingidos pela paralisação (27% do total), segundo a Secretaria da Educação. Ainda de acordo com a secretaria, 8.402 dos 39,1 mil professores não deram aulas hoje. O sindicato da categoria, porém, afirma que a paralisação foi de 90%.

No Maranhão, onde os professores estaduais estão em greve há mais de 70 dias, foi organizada uma caminhada na região central de São Luís para marcar o dia de paralisação nacional. O Sindicato dos Trabalhadores da Educação disse que os dias parados estão sendo descontados dos salários dos professores. Eles reivindicam a aprovação do Estatuto do Educador e a desistência da ação judicial contra o sindicato, além do pagamento do piso nacional.

Norte e nordeste

Em Pernambuco, cerca de um milhão de alunos ficaram sem aulas devido à paralisação dos professores do Estado e da rede municipal de Recife, Jaboatão dos Guararapes e Olinda. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Estado, a previsão é que as atividades nas escolas voltam ao normal ainda hoje.

No Piauí, o sindicato estima que houve paralisação em todo o Estado, com adesão de cerca de 80% dos professores estaduais.

Na Paraíba, sindicatos e o governo divergem sobre o número de escolas que suspenderam as aulas no Estado. De acordo com o governo, 70% das escolas estaduais funcionam normalmente. Já os dois principais sindicatos de professores e trabalhadores em educação afirmam precisamente o contrário: que 70% das escolas fecharam. O estado paraibano tem cerca de 400 mil alunos na rede pública estadual. O governo afirma não saber quanto alunos estudam nas escolas que suspenderam as aulas e foram prejudicados pela greve.

Na última quarta-feira, em assembleia, os dois principais sindicatos da categoria decidiram continuar com a greve, iniciada em 2 de maio. Os grevistas exigem que seus salários sejam equiparados aos rendimentos do piso nacional de professores. Até o momento, o governo, que afirma não ter como aumentar os salários por falta de verba, propôs para os professores uma bolsa no valor de R$ 230 para equiparar temporariamente os pagamentos.

A proposta, que num primeiro momento chegou a ser aceita pelos sindicatos, acabou depois sendo rejeitada. Agora, o governo afirma que não vai voltar a negociar enquanto a greve continuar.

No Rio Grande do Norte, o sindicato da categoria afirma que 100% dos professores da rede municipal do Estado interromperam as atividades hoje. Na rede estadual, 93% dos professores estão em greve desde o dia 2 de maio.

No Pará, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública(Sintepp) estima que 1.300 escolas tenham ficado sem aulas. Dessas, 900 são da rede estadual. Para a Secretaria de Educação do Pará, o número foi menor: 425 escolas estaduais pararam, a maioria delas, cerca de 250, na região metropolitana de Belém.

No Acre, a paralisação da rede estadual está marcada para esta sexta-feira.

Ex-presidente da CUT, o prefeito do PT pede prisão de diretores do sindicato

Para quem achava que já tinha visto de tudo na política brasileira, deve achar agora que nada mais é impossível. Enfrentando uma greve de mais de 50 dias do magistério municipal, o prefeito de Vitória, João Coser (PT-ES), ex-sindicalista e ex-presidente da CUT no Espírito Santo, pediu, via Procuradoria do Município, a prisão dos diretores do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo – SINDIUPES.

A informação foi publicada no jornal A Tribuna (ES), na edição do dia 28 de abril de 2011. A Prefeitura de Vitória já havia entrado na Justiça pedindo a ilegalidade da greve dos professores. O sindicato dos profissionais recorreu da liminar conseguida pela Prefeitura.Como os professores permaneceram em greve, a Prefeitura decidiu mais uma vez entrar na Justiça pedindo a imediata execução da multa proferida na liminar, ainda estando o recurso impetrado pelo SINDIUPES por ser julgado pelo pleno do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.

Não satisfeito com os rumos do movimento grevista, o prefeito resolveu tomar a nefasta atitude, só vista no período da Ditadura Militar, por muito tempo combatida por ele próprio o por seu partido, o PT: a prisão de líderes sindicais.

Fontes: Jornal Folha de São Paulo e http://noleto16.blogspot.com/



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