Mais de 3,5 mil representantes de diversos movimentos sindicais, sociais e populares se reúnem, a partir desta sexta (8), na cidade do Rio de Janeiro, para discutir a educação brasileira, durante o Encontro Nacional de Educação (ENE), que encerra no domingo (10). Representantes de entidades do Amazonas, que atuam na defesa do ensino público, falam das expectativas em relação ao evento e manifestam posicionamento contrário ao repasse de verba pública para a educação privada.
Para o representante da Adua no ENE, professor Jacob Paiva, a expectativa é de retomada da organização dos movimentos que sempre se posicionaram na defesa da educação pública. “Que possamos ser agentes de convencimento e de congregação das forças que historicamente estiveram na luta em defesa do projeto de educação defendido pela sociedade. Para que possamos sair do encontro com uma nova análise sobre o que significa a política brasileira para a educação, com esse PNE [Plano Nacional da Educação] aprovado pelo governo”, disse. Para ele, o ENE é um contraponto à perspectiva governamental. “Somos contra a utilização do dinheiro público para fortalecer a educação privada”, criticou.
O coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica no Amazonas (Sinasefe-AM), Williamis Vieira, endossa as palavras de Paiva. Para ele, o encontro pode dar novo ânimo ao projeto de educação defendido pela sociedade. “Acreditamos que o ENE será de fundamental importância para retomada da defesa da educação pública e combate à política de ataques e privatizações”, afirmou. Ao todo, quatro delegados vão representar o Sinasefe-AM no evento.
Já a representante da Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre (Anel) em Manaus, Débora Massulo, acredita que o Encontro Nacional de Educação ocorre num período muito importante, véspera das eleições. “As greves de 2012 e 2014 também são um reflexo de todo o descaso do governo com a educação pública. Por isso, o ENE vem cumprir um papel importante, que é organizar todos que querem lutar por uma educação de qualidade. A minha expectativa é que o evento seja construtivo”, disse a estudante de Direito da Universidade Federal do Amazonas. Além dela, outros dois estudantes vão representar a Anel no evento.
Neste sábado e domingo, os participantes debaterão os eixos centrais do encontro para elaborar uma proposta de educação que faça contraponto ao atual modelo, marcado pela privatização das políticas educacionais, consolidado pelo Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado pela presidente Dilma Rousseff em junho deste ano.
O Encontro defende o Financiamento da Educação Pública; a Democratização da Educação; o Acesso e Permanência; o Passe livre e Transporte Público. O ENE é contra a Privatização e Mercantilização da Educação das creches à Pós-Graduação; a Precarização as Atividades dos Trabalhadores da Educação e a Avaliação Meritocrática na Educação.
Fonte: Adua |