Nem a chuva que insistia em cair apagou o brilho e a resistência da manifestação realizada, no centro de Manaus, na tarde deste 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras. A ADUA (leia nota pública da Seção Sindical sobre a data) esteve presente na mobilização, que reuniu mulheres, crianças, homens, LGBTQIAP+, lideranças indígenas e representantes de diversos movimentos sociais, para denunciar o feminicídio, o desemprego, o machismo e a fome que assolam o país.
As e Os manifestantes sairam em caminhada da Praça da Matriz em direção à Praça da Saudade, onde foram realizadas intervenções políticas, artísticas e culturais. Durante o trajeto, a voz das mulheres de diversas entidades foi ecoada nas falas públicas no carro de som e nas palavras de ordem. “A nossa luta é todo dia. Somos mulheres e não mercadoria” e “ôh, Bolsonaro! Seu fascistinha, a mulherada vai botar você na linha” foram alguns dos gritos que reverberaram nas ruas e engrossavam o coro pelo Fora Bolsonaro e Damares.
A presidente da ADUA, professora Ana Lúcia Gomes, afirma que não faltam motivos para ir às ruas no 8 de março, data reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e dia mundial para cobrar respeito a condição de igualdade das mulheres.
“O Dia Internacional da Mulher não é um dia de comemoração, mas de protesto. É dia de reafirmar o compromisso que todas e todos devem ter com a defesa dos direitos das mulheres. Historicamente as mulheres são colocadas à margem da sociedade, são lembradas como seres frágeis e inferiores, são sobrecarregadas com dupla rotina de trabalho e são vilipendiadas em seus direitos mais básicos, inclusive o de existir, pois muitas são violentadas, abusadas e assassinadas por àqueles que deveriam cuidá-las como namorados e maridos. Nós mulheres precisamos desta data para nos organizarmos, irmos às ruas e aumentar a conscientização em relação à contínua desigualdade de gênero”, disse a docente.
A membro da executiva estadual da CSP- Conlutas do Amazonas, Juliana Frota, ressaltou que mulheres protestando nas ruas resgata a luta das trabalhadoras contra a jornada exaustiva e o trabalho infantil que deu origem ao 8 de março, mas também significa que nenhuma mulher vai recuar e que isso fortalece a organização para avançar na conquista dos direitos femininos.
“A gente precisa urgentemente derrubar esse governo e junto com ele derrubar todo esse sistema capitalista que explora e oprime as mulheres, que se utiliza do machismo para lucrar cada vez mais, rebaixando nossos salários, pagando salários menores, jogando as mulheres para a informalidade, sobrecarregando as mulheres com a tripla jornada de trabalho. A gente precisa urgentemente se unir para lutar contra tudo isso. Pôr abaixo o governo Bolsonaro e junto com ele todo o sistema capitalista”, afirmou Juliana.
Durante a manifestação, a ADUA entregou exemplares do livro "Violência contra as Mulheres nas Universidades" para as lideranças presentes. A coletânea faz parte do projeto de pesquisa liderado pela professora Milena Barroso, com apoio da ADUA, intitulado “Violência contra as Mulheres na Universidade: uma Análise nas Instituições de Ensino Superior no Amazonas”. O estudo também resultou na produção de uma cartilha sobre o combate à violência contra as mulheres nos espaços universitários. A versão digital do livro está disponível para leitura aqui.
Sim à educação, à participação política e aos direitos reprodutivos e sexuais foram as mensagens em defesa da mulher brasileira neste 8 de março em Manaus. A mobilização fortalece a luta feminina por direitos, sob o mote: Pela Vida das Mulheres - Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e fome!”.
No Amazonas, também ocorreram manifestações nos municípios de Humaitá e Parintins. Os atos também contaram com a participantes de docente e estudantes da Ufam.
Assista ao vídeo da manifestação em Manaus.
Fotos: Daisy Melo e Sue Anne Cursino/ Ascom ADUA
Fonte: ADUA
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