Sem reajuste há quase nove anos, as bolsas de estudo da pós-graduação no Brasil perderam 60% do poder de compra em decorrência da inflamação acumulada no período de 63,47%. Para pressionar o governo federal a conceder esse reajuste, a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) organizou uma campanha nacional que conta com um abaixo-assinado virtual.
Atualmente, o valor da bolsa de mestrado e de doutorado da Capes ou CNPq é de R$ 1.500 e R$ 2.200 ao mês, respectivamente. Considerando a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, os valores deveriam ser reajustados para R$ 2.452,10 (mestrandos) e R$ 3.596,41 (doutorandos), considerando as perdas inflacionarias desde março de 2013, quando ocorreu o último reajuste.
“Não é razoável que um país das dimensões e potencialidades do Brasil, com uma economia de médio a grande porte, trate com tamanho descaso aqueles que são responsáveis por 90% da pesquisa científica produzida, justamente esses que podem ser a solução para tirar o país prolongada crise econômica que infelicita a nação”, afirma a ANPG em texto do abaixo-assinado virtual.
A associação ressalta que a economia mundial atual tem como motor a Ciência e a Tecnologia (C&T), citando como exemplos a revolução 4.0, internet das coisas, nanotecnologia e inteligência artificial. A pandemia da covid-19, destaca a entidade, evidenciou a necessidade vital das tecnologias próprias na Saúde, com insumos, pesquisa e técnica para produção de fármacos e vacinas, fundamentais para salvar a população.
“Nesse contexto, em que todo o mundo desenvolvido eleva à Ciência, Tecnologia e Inovação à questão de soberania, o governo brasileiro, deliberadamente, desmonta seu Sistema Nacional de C&T e condena seu ativo mais precioso – as pesquisadoras e os pesquisadores que produzem conhecimento – ao abandono, ao desemprego e à pauperização”, afirma a ANPG.
A entidade ressalta ainda que acredita na ciência como vértice para a reconstrução nacional por meio de um projeto de desenvolvimento. Um plano nacional, segundo a associação, que usufrua as potencialidades do país, retome um programa industrial baseado em tecnologia de ponta e inovação e traga de volta a perspectiva de progresso e bem-estar para o país.
Para reverter essa política de desmonte, a ANPG aponta que há uma possibilidade de destinação dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que por lei não podem mais ser contingenciados, para áreas essenciais e complementares: 1) projetos estratégicos na área de C&T e 2) imediato reajuste das bolsas de estudos das pesquisadoras e pesquisadores. Por isso, a entidade chama a todos e toda a assinarem o abaixo-assinado.
Ciência para desenvolver o Brasil: reajuste das Bolsas, Já!
Assine o abaixo-assinado para apoiar a Campanha Nacional!
Fonte: com informações da ANPG
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