Por conta da pressão de docentes, técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a reitoria não conseguiu aprovar a privatização do Hospital de Clínicas da UFPR, na reunião do Conselho Universitário (Coun), que ocorreria na quarta-feira (4). Devido aos protestos contrários à adesão da UFPR à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a reitoria cancelou o Coun marcado para o período da manhã, impediu a entrada da comunidade acadêmica e transferiu a reunião para a Procuradoria Geral da República (PGR), onde a reunião foi novamente cancelada.
O reitor Zaki Akel Sobrinho acusa o movimento dos três segmentos da Instituição de impedir o debate de ideias no Coun. Mas, segundo João Negrão, presidente da Associação dos Professores da UFPR (Apufpr-SSind) e diretor do ANDES-SN, quem impediu a realização do debate foi a reitoria. “Quem cancelou a reunião e colocou seguranças particulares para impedir a entrada da comunidade acadêmica no prédio da reitoria foi a administração da universidade”, afirma Negrão. O professor ainda disse que as três entidades representativas das categorias da universidade estão escrevendo uma nota em resposta às falsas acusações lançadas por Zaki Akel.
O Coun da UFPR deve ser marcado para a próxima segunda-feira (9), e o movimento contrário à adesão do HC à Ebserh e à privatização do hospital promete entregar a todos os conselheiros um documento explicitando a posição em defesa da educação e da saúde públicas. A comunidade acadêmica também critica o reitor pela contraditória mudança de posição em relação à Ebserh, que se opõe à própria decisão do Conselho Universitário da UFPR, tomada em agosto de 2012, quando aprovou por aclamação uma resolução contrária à Empresa.
Houve consenso, à época, entre os conselheiros, de que a entrega da gestão do HC para a Empresa aumentaria a precarização do trabalho e colocaria em risco o papel acadêmico desempenhado pelo Hospital. Com a resolução negando a adesão total ou parcial à Empresa, o Conselho Universitário reafirmou a posição adotada em abril de 2011, quando aprovou por unanimidade uma moção de repúdio à Medida Provisória 520, a qual deu início ao processo de criação da Ebserh. “Fomos surpreendidos com as entrevistas do reitor dizendo que vai pautar novamente a questão da Ebserh, sendo que nós já temos desde 2011 a posição do Conselho contra a adesão”, ressaltou João Negrão.
*Com informações de Apufpr-SSind. e imagem extraída do Facebook
Fonte: ANDES-SN |