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  24/01/2022


Negacionismo: Nota técnica do MS defende cloroquina e nega efetividade da vacina



 

Em mais um ataque à vida da população brasileira, o Ministério da Saúde emitiu uma Nota Técnica na sexta-feira (21), por meio da qual defende o uso de hidroxicloroquina contra a covid-19, medicamento que já teve ineficácia comprovada contra a doença. No mesmo documento o ministério afirma que não há demonstração de efetividade e segurança no uso das vacinas.

 

A Nota técnica nº 2/2022-SCTIE/MS que trata diretamente sobre a fundamentação e decisão acerca das diretrizes terapêuticas para o tratamento farmacológico da covid-19, assinada pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde da pasta, Hélio Angotti Neto, contraria os estudos e orientações sanitárias já existentes nesses quase dois anos de pandemia da covid-19.

 

A publicação foi rechaçada por mais de 45 mil professores, pesquisadores e profissionais da saúde que assinaram uma carta de repúdio à nota técnica. 

 

Amplamente divulgada nas redes sociais, a carta afirma que o MS transgride os princípios da boa ciência e consolida práticas de destruição do sistema de saúde.

 

“É espantoso que o Ministério da Saúde recuse normas propostas elaboradas por um grupo de pesquisadores, convocados pelo próprio ministério, criando uma situação sem precedentes em nosso país," diz o manifesto.

 

A diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Meiruze Sousa Freitas, afirmou na quinta-feira, 20, enquanto votava favoravelmente pelo uso da vacina Coronavac para aplicação em pessoas de 6 a 17 anos, que "não há vacinais experimentais sendo aplicadas no país", reforçando que os procedimentos seguem critérios de padrões de qualidade, segurança e eficácia.

 

Em artigo publicado no Manaus Hoje, no domingo(23), o pesquisador e epidemiologista, Jesem Orellana, reitera que até a presente data não existe um medicamento para a cura da covid-19, ou que reduza dramaticamente novos contágios e mortes. Ele esclarece ainda que as vacinas foram projetadas para prevenir a maioria absoluta de mortes e casos graves, e que tem gerado resultados positivos.

 

“Aliás, dados do mundo real e em diferentes continentes mostram que quem não tomou ou está com o esquema vacinal incompleto contra a covid-19 é que, nesta fase da pandemia, está ocupando quase todos os leitos hospitalares (casos graves) e, principalmente, de UTI ou morrendo, infelizmente”.

 

A nota emitida pelo MS reforça o discurso negacionista de Jair Bolsonaro, o que gera consequências negativas no combate à pandemia, como aumento na negligência nos cuidados sanitários com o uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento social e queda no número de vacinados(as).

 

“Use máscara, evite aglomerações e, sobretudo, valorize a ciência, os fatos e a vacina que está salvando a vida de muitas crianças em países que fazem seu uso há mais tempo que o Brasil”, conclama o epidemiologista.

 

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema de Saúde (Conitec) já aprovou as normas que barram o “kit covid”, ou seja, o uso de medicamentos como cloroquina, azitromicina, ivermectina e outras drogas que não têm eficácia comprovada contra a covid-19. Um abaixo-assinado online foi disponibilizado no sábado (22), pedindo a urgência da adoção das orientações da Conitec.

 

Fontes:  ADUA com informações do Estadão, Manaus Hoje, Terra TV, Poder360, Eu Rio! E Ministério da Saúde.



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