Em mais uma intervenção na reitoria de uma universidade federal, o presidente Jair Bolsonaro desrespeitou a decisão da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Goiás (UFG) e impôs a nomeação da terceira colocada na lista tríplice, Angelita Lima, como reitora da instituição, ignorando o nome de Sandramara Chaves, eleita em 2021. O ataque atinge diretamente o direito democrático nas universidades. Essa é a 26ª intervenção do presidente na escolha de reitor(a) das Universidades, Institutos Federais e Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets). O ANDES-SN emitiu nota de repúdio contra a interferência de Bolsonaro nos processos internos das Instituições Federais de Ensino.
A nomeação da professora Angelita Lima foi publicada no Diário Oficial da União na terça-feira (11). O nome da professora era o terceiro colocado na lista tríplice definida pelo Conselho Universitário (Consuni), no dia 18 de junho de 2021, e enviada ao Ministério da Educação (MEC).
Para o Sindicato Nacional, os ataques do atual governo visam dar continuidade à implementação do projeto do capital para a educação.
“Esses ataques às Universidades, Institutos Federais e CEFETs, por parte do atual governo autoritário e genocida visam dar continuidade à implementação do projeto do capital para a educação. Intervenções, cortes orçamentários, a retirada de direitos sociais, perseguições e anticientificismo são algumas das expressões da perversidade da agenda neoliberal em curso no país”, afirma a entidade.
Protesto
Nesta quarta-feira (12), entidades, movimentos estudantis e sindicatos ocuparam a reitoria da UFG em protesto contra o ato arbitrário do Governo Federal e do Ministério da Educação, por desrespeitar mais uma vez a vontade da comunidade acadêmica.
“Exigimos o fim da lista tríplice, herança de intervenções nas Universidade no período ditatorial, para que a democracia e a autonomia da comunidade acadêmica das Universidades Federais do Brasil não sejam violadas com atos golpistas promovidos por desgovernos e seus ministros, reivindicando que eleições diretas à reitoria sejam lei e que a chapa eleita seja a nomeada”, afirma o manifesto da União Nacional do Estudantes (UNE).
Campanha
O ANDES-SN mantém a campanha “Reitor(a) eleito(a) é reitor(a) empossado(a)”, em defesa de que o processo de escolha de reitores ou reitoras se inicie e se encerre no âmbito das instituições, respeitando a democracia e autonomia das Universidades, Institutos Federais e CEFETs.
Em abril do ano passado, o Sindicato Nacional lançou o dossiê “Militarização do governo Bolsonaro e intervenção nas Instituições Federais de Ensino”, composto por uma análise da militarização das escolas públicas e da intervenção do governo federal na escolha de dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), e com apontamentos para o enfrentamento desse cenário.
Confira na íntegra a Nota de Repúdio do ANDES-SN
Foto: Reprodução/UNE
Fontes: ADUA com informações do ANDES-SN, UFG e UNE
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