O Dia Nacional de Paralisação dos Docentes das Instituições Federais de Ensino (Ifes), nesta quarta-feira (21), foi marcado pela realização de assembleias setoriais em unidades acadêmicas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) na capital e fora da sede. No início da manhã, professores que compõem o Comando Local de Mobilização (CLM) fizeram panfletagem no Bosque da Resistência, na entrada do Campus Universitário, antes de seguirem para as reuniões onde ocorreram debates sobre a possível retomada do movimento paredista.
Na Faculdade de Medicina, os docentes aprovaram, por unanimidade, a manutenção do indicativo de greve sem data. “Eles [professores] reconheceram que se não houvesse o indicativo de greve, não parariam para discutir os problemas inerentes à Faculdade”, disse o professor Jacob Paiva, integrante do CLM, explicando que o debate feito pela categoria tratou não da pertinência da greve como instrumento de luta, mas do momento oportuno para deflagração.
“Ficou claro na fala da maioria dos professores a justeza da nossa pauta e o descaso do governo com as nossas reivindicações em relação à reestruturação da carreira e condições de trabalho, questões que não foram resolvidas em 2012”, afirmou. Aproximadamente 20 docentes participaram do debate.
Os professores da Faculdade de Medicina paralisarão as atividades na próxima quarta-feira (28), quando devem participar às 8h, no Auditório Dr. Zerbini, de uma reunião ampliada, aberta à participação de técnico-administrativos e estudantes, para debater os problemas da universidade. A categoria indicou ainda a necessidade de construir um estado de “mobilização permanente”.
Mobilização fora da sede
Aprovaram também indicativo de greve sem data os docentes do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), unidade acadêmica da Ufam em Parintins, durante assembleia realizada na manhã desta quarta (21). “Foi um debate muito proveitoso porque conseguimos reunir 48 professores da unidade acadêmica, como não fazíamos desde a última greve de 2012”, avaliou a professora Elizandra Garcia, docente do ICSEZ, destacando também a presença de estudantes durante o encontro.
Parte desse grupo não permaneceu até o fim das discussões. No momento da votação, 17 docentes manifestaram apoio ao indicativo de greve sem data. Houve também quatro votos contrários e três abstenções. “Vamos aguardar o posicionamento das demais universidades para prosseguir com as discussões”, disse Elizandra. A próxima assembleia no Instituto está marcada para a próxima terça-feira (27), às 8h, no hall da unidade acadêmica.
Outra assembleia marcada para ocorrer ainda esta semana é do Instituto de Natureza e Cultura (INC), de Benjamin Constant. Na unidade acadêmica a instalação da instância deliberativa da categoria está marcada para esta sexta-feira (23), às 9h.
Posicionamento contrário
Já na Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), 26 professores participaram da setorial que também ocorreu nesta quarta. Por ampla maioria, os docentes da unidade acadêmica rejeitaram o indicativo de greve. “Houve o reconhecimento de que a greve é um instrumento legítimo da categoria, mas, no entendimento dos professores da FCA, esse não é o momento para deflagração do movimento paredista”, afirmou o presidente da Adua, José Belizario, que participou do debate, junto com outros membros do CLM.
Ele avalia que a discussão “foi muito rica” e que fortalece a atuação do sindicato. “Não me refiro somente à qualidade do debate ou quantidade de participantes, mas da preservação da entidade como um espaço democrático e do contraditório”, ponderou. Belizario destaca que as setoriais são uma prévia do que será a Assembleia Geral, instância máxima deliberativa da categoria, à qual todos os professores são convidados a participar. A AG está marcada para sexta-feira (23), às 16h, na sede da Adua.
Dia Nacional de Paralisação
Ao longo de todo o dia, professores federais de várias universidades paralisaram suas atividades nesta quarta-feira (21), atendendo à deliberação da última reunião do Setor das Ifes do ANDES-SN. O dia foi marcado por atividades das Seções Sindicais em todo o país e por vigílias nas cidades durante a reunião do Sindicato Nacional com o Ministério da Educação (MEC), marcada para esta data. O objetivo é mostrar ao governo federal que a categoria está mobilizada e acompanhando o resultado das negociações com a Secretaria de Ensino Superior (Sesu) do MEC.
Fonte: Adua |