Enquanto o governo federal recusa ajuda internacional para as milhares de pessoas afetadas pelos temporais no sul da Bahia, diversas organizações, entidades e voluntários(as) se unem para fazer resgates e distribuir alimentos, água, remédios, produtos de higiene e de necessidades básicas às vítimas.
Para somar na ação, a CSP-Conlutas iniciou uma campanha de solidariedade de classe. As contribuições podem ser feitas por transferência via PIX: financeiro@cspconlutas.org.br. Os valores arrecadados serão utilizados para a aquisição de itens de maior necessidade em diferentes cidades na região de Itabuna e Vitória da Conquista.
“É muito importante as ações de solidariedade que temos acompanhado de várias instituições, entidades sindicais e populares, como a CSP-Conlutas que também está nesta campanha. Essas ações também denunciam o descaso do poder público. Desde o governo federal com sua política ultraliberal, mas o descaso estrutural dos governantes seja a nível federal ou estadual que mantém o país sem estrutura, sem saneamento, sem habitação adequada. Então é dever da nossa campanha também denunciar essa política a serviço dos ricos e das empreiteras, da especulação imobiliária e do abandono das políticas que dariam condições de vida digna ao nosso povo”, afirma o membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes
Tragédia e descaso
Segundo dados divulgados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), até o dia 31 de dezembro, foram contabilizadas 25 pessoas mortas, 517 feridas e 90.670 desabrigadas ou desalojadas.
Cidades inteiras ficaram submersas, resultando em perda total de bens materiais de milhares de pessoas. Supermercados e farmácias ficaram alagados e pelo menos 153 municípios declararam estado de emergência, segundo o boletim divulgado pela Sudec.
Apesar do desastre em decorrência das fortes chuvas que assolaram o estado da Bahia em dezembro de 2021 ser considerado o pior em toda história daquele estado, a situação trágica não sensibilizou o presidente Jair Bolsonaro, que só suspendeu seu período de férias após sofrer uma obstrução intestinal na segunda-feira (3).
Alerta
O crescente desmatamento leva à transformação ambiental na região, destruindo a proteção natural da Mata Atlântica e do Cerrado, o que resulta no assoreamento dos rios e aumento das enchentes.
Segundo o meteorologista da consultoria Meteonorte, Willy Hagi, o fenômeno que aconteceu na Bahia pode ser considerado extremo, e alerta para um maior período de chuvas.
“Saímos de uma La Niña entre o final de 2020 até maio de 2021, que foi responsável pela maior Cheia na Amazônia nos últimos 120 anos, para entramos em outra agora que está prevista para durar pelo menos até o primeiro trimestre de 2022. Isso soa o alarme para mais um período de chuvas elevadas e com todas as consequências socioeconômicas que estão ligadas, desde alagamentos a perdas de vidas humanas”, afirmou Hagi à BBC News Brasil.
Fontes: com informações da CSP-Conlutas, Fantástico, G1 e BBC News Brasil.
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