Os técnico-administrativos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aprovaram a continuidade da greve da categoria, que completa 50 dias nesta terça-feira (6). Com ampla maioria dos votos e apenas uma abstenção, a decisão de manter o movimento paredista por tempo indeterminado e com as condições aprovadas desde a deflagração da greve – esvaziamento do local de trabalho e participação nas ações de mobilização – foi motivada pela falta de vontade do governo em negociar com os trabalhadores.
“Essa é a postura de um governo fascista, que não abre diálogo com a categoria. Por isso, vamos manter o movimento firme”, assegurou o membro da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam) e integrante do Comando Local de Greve, Carlos Almeida, durante a Assembleia Geral da categoria, realizada na manhã desta terça, no hall da Faculdade de Educação (Faced).
Antes da instalação da instância deliberativa dos técnico-administrativos ele tentava fazer contato com a presidente do Sintesam, Crizolda Araújo, que está representando o movimento paredista da Ufam no Comando Nacional de Greve, em Brasília. “A nossa expectativa é que esse ato da Caravana da Educação, que ocorre hoje, possa fazer com que o governo se manifeste sobre o movimento”, disse Almeida, lembrando que, mesmo com as cobranças feitas por parlamentares da base do PT, o staff de Dilma ainda não abriu canal de negociação com a categoria.
“Isso é um desrespeito com um segmento importante da universidade”, criticou o integrante do CLG. Para ele, o quadro pode mudar caso seja deflagrado o movimento paredista nacional dos professores federais. Na Ufam, os docentes fazem Assembleia Geral nesta quinta-feira (8), às 16h, na sede da Adua, para discutir uma possível adesão ou não à greve geral da categoria.
Para o técnico-administrativo Ronaldo Bastos, outro integrante do CLG, a categoria precisa superar a cultura do imediatismo e lutar por melhores condições de trabalho e salário, pensando nos próximos anos. “O imediatismo não nos favorece em nenhum aspecto da nossa vida, de modo que o nosso papel também é projetar a luta da categoria a médio e longo prazos aqui na instituição”, disse, referindo-se principalmente à atuação dos novos servidores, para os quais ele prevê mais dificuldades na luta por uma carreira digna.
“Uma das nossas tarefas é combater esse quadro de arrocho salarial, pois o salário não aumenta nada se comparado com o crescimento da inflação”, disse o técnico Eurídice Batista, fazendo coro com as preocupações levantadas pelos colegas, que voltam a se encontrar na quinta (8), às 9h, em nova Assembleia Geral no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras, setor Norte do Campus Universitário.
Fonte: Adua |