Os docentes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) decidem, no dia 8 de maio, se vão aderir ou não à retomada da greve nacional da categoria, suspensa em setembro de 2012 e pautada pelo Sindicado Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). A deliberação será tomada em Assembleia Geral (AG) marcada para ocorrer às 16h na sede da Adua.
“É importante que os professores compareçam e manifestem na assembleia o seu posicionamento, seja contrário ou favorável ao movimento paredista”, alertou o presidente da Adua, José Belizario, ressaltando que não é a seção sindical que deflagra ou rejeita a greve.
A instalação da instância máxima deliberativa da categoria na Ufam ocorre dias antes da rodada de assembleias gerais, entre 12 e 16 de maio, prevista na agenda de atividades aprovada na reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Sindicato Nacional, que reuniu em Brasília, neste sábado (26) e domingo (27), representantes de 43 seções sindicais, entre eles, a professora Ana Lúcia Gomes, 2ª secretária da Adua.
Cenário Nacional
A Adua não conseguiu cumprir parte da agenda de lutas prevista para o mês de abril, como a paralisação no dia 10 ou a realização de assembleias gerais entre os dias 11 e 25 deste mês, em virtude do recesso na universidade. O mesmo ocorreu com os associados das seções sindicais de docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac), da Paraíba (ADUFPB) e de Uberlândia/MG (Adufu).
Em outros casos, a tentativa de deliberar pela retomada ou não da greve foi frustrada pela falta de quórum nas assembleias da categoria, como ocorreu nas associações de docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), de Itajubá/MG (Adunifei), de São João Del Rei/MG (Adfunrei), de Santa Catarina (Seção Sindical do Andes-SN na UFSC) e do Rio Grande do Sul (Seção Sindical do Andes-SN na UFRGS).
Já entre aquelas que conseguiram realizar rodada de AG e aprovaram indicativo de greve, por enquanto sem data, a maioria está concentrada nas regiões Norte e Nordeste. Posicionaram dessa maneira os docentes da Universidade Federal de Roraima (Sesduf-RR), do Pará (Adufpa), do Sul e Sudoeste do Pará (Unifesspa), Rural da Amazônia/PA (Adufra), Rural do Semi-Árido/RN (Adufersa), Rural de Pernambuco (Aduferpe) e de Sergipe (Adufs), além da Federal do Estado do Rio de Janeiro (Adunirio) e do Espírito Santo (Adufes).
Outras duas já deliberam pelo indicativo de greve já com data. Se dependesse dos docentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (Sindifpi) a greve já começaria nesta quarta-feira (30). Já os professore da Federal do Maranhã (Apruma) votaram o indicativo para o dia 15 de maio. Mas, cabe lembrar, haverá nova rodada de AGs até o fim do mês.
No grupo das que rejeitaram o indicativo de greve ou a retomada do movimento paredista nacional estão, sobretudo, os docentes das instituições federais de ensino superior do Sudeste e Sul do país. Disseram não ao indicativo de greve, os professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj), da Fluminense (Aduff), da Rural do Rio de Janeiro (Adur-RJ), da Federal de São Paulo (Adunifesp), da Federal de Lavras/MG (Adufla), da Federal Paraná (Apufpr), da Tecnológica do Paraná (Sindutf-PR), do Rio Grande (Aprofurg), de Pelotas/RS (Adufpel), da Fronteira Sul/SC (Sinduffs), além de Campina Grande/PB (Adufcg), de Pernambuco (Adufepe), da Grande Dourados/MS (AdufDourados).
Algumas associações preferiram ater-se à necessidade de retomada do processo de mobilização, como a dos professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Apur – Seção Sindical), do Triângulo Mineiro (Adfmtm), de Juiz de Fora (Apesjf) e do Centro de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Adcefet-RJ).
Esse, aliás, foi o ponto de consenso entre praticamente todas as seções sindicais. “O cenário indica que a greve é uma necessidade, pois as condições de trabalho seguem piorando, o salário continua corroído pela inflação e o ataque à autonomia das universidades por parte do governo é constante”, disse a professora Ana Lúcia Gomes, 2ª secretária da Adua e representante da entidade na reunião do Setor das Ifes. Entretanto, ela vislumbra um movimento paredista sem maior mobilização da categoria para enfrentar a atual conjuntura nacional e construção da pauta local.
Agenda
Para isso, está previsto no calendário do Andes-SN um novo dia de paralisação das atividades das universidades federais: 21 de maio. Na agenda de mobilização e luta entram ainda mais rodadas de AG, nos dias 22 e 23 de maio, e novo encontro do Setor das Ifes, nos dias 24 e 25 de maio, para avaliar a deliberação da base da categoria.
Fonte: Adua |