As paralisações e greves na Educação em todo o país denunciam o descaso do governo – federal e estadual – em relação às reivindicações dos profissionais que atuam neste setor – entre eles docentes, técnicos administrativos e profissionais da educação básica e tecnológica –, e também dos estudantes. A pauta de reivindicações revela o nível de precariedade nas instituições de educação e a falta de valorização destes servidores, que lutam pelo atendimento das pautas e abertura das negociações.
Na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uefn), o 1º de maio, Dia do Trabalhador, será marcado pela greve dos docentes, iniciada em 12 de março, e dos técnicos-administrativos. “Este 1º de maio definitivamente não será igual ao que passou. Afinal, ao adotar o caminho da luta organizada, os professores da Uenf estarão se juntando à histórica luta que trabalhadores de todo o mundo celebram nesse dia”, afirma a Aduenf, Seção Sindical do ANDES-SN, em seu blog na internet.
De acordo com a Aduenf, esta é a maior paralisação desde o ano 2000. Entre as reivindicações dos docentes estão a reposição de 86,7% das perdas salariais, relativas ao período entre 1999 e 2013, e o pagamento de 65% pelo regime de Dedicação Exclusiva (DE). Os professores também reivindicam a abertura do restaurante universitário. Os técnicos administrativos da Uenf em greve reivindicam reposição salarial de 63,3%, redefinição do estatuto e reajuste do auxílio-creche e auxílio-alimentação.
Os estudantes da Uenf também seguem mobilizados, e pedem o atendimento das pautas do movimento, como o funcionamento imediato do restaurante universitário, e o aumento das bolsas de assistência estudantil e implementação de moradia estudantil. No início de abril, dois estudantes chegaram a fazer greve de fome. O movimento estudantil também fez uma ocupação no pátio do prédio da Reitoria no último dia 11. Na segunda-feira (28), os estudantes voltaram a se manifestar em frente à Reitoria, e cobraram o pagamento imediato do auxílio-moradia de R$ 400.
Nesta terça-feira (29), foi realizada uma panfletagem unificada no centro de Campos de Goytacazes, com a participação do movimento grevista da Uenf e da Fenorte. Durante a atividade, foi denunciado o descaso do governo estadual e os impactos negativos no funcionamento das duas instituições.
Piauí
Na Universidade Estadual do Piauí (Uespi), campus de Uruçuí, os estudantes estão em greve deste a última quinta-feira (24) por falta de professores nos três cursos existentes na instituição do município – Administração, Agronomia e Pedagogia –, que estão ainda com o calendário pedagógico atrasado. Segundo os alunos, além da falta de professores, a maioria deles é substituto. Nos dias 25 e 28, estudantes dos campi Uruçui e Campo Maior foram às ruas pedir por melhores condições de estudo e contra a situação da universidade.
Nesta quarta-feira (30), os docentes da Uespi integram ato público na defesa da pauta geral da classe trabalhadora, por melhores salários para os professores da universidade, pelo atendimento da pauta específica do movimento #SOSUESPI, pela nomeação dos classificados no último concurso para professor efetivo e pela realização de novos concursos. A CSP-Conlutas convocou sindicatos, entidades populares e movimento estudantil e ativistas para integrar a atividade, alusiva ao Dia Internacional do Trabalhador.
* Com informações da Aduenf e Adcesp – Seções Sindicais do ANDES-SN
* Fotos: Aduenf - Seção Sindical do ANDES-SN
Fonte: ANDES-SN |