O 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres, é uma data de luta contra todas as formas de violência vividas diariamente por mulheres no mundo todo. O Brasil ocupa a 5ª colocação no ranking de feminicídio, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 3.913 mulheres foram mortas por feminicídio no ano passado, e 230.160 sofreram lesão corporal dolosa por violência doméstica. No Amazonas, já foram notificados quase 18 mil casos de violência contra a mulher e 21 casos de feminicídio desde o início de 2021.
A ADUA soma forças no combate à violência contra a mulher. Ao longo dos anos a seção sindical realiza ações que extrapolam o campo universitário, como a campanha, “Não é Não!”, ações contra o assédio dentro e fora da universidade e apoio à pesquisas acadêmicas. No projeto “Quarentena da ADUA”, a seção sindical promoveu uma live sobre “Trabalho Reprodutivo e Violência contra as Mulheres na Pandemia”, e tem participado ativamente das mobilizações pelo Fora Bolsonaro, em defesa da vida de mulheres trabalhadoras, contra a Reforma Administrativa, dentre outras atividades que apontam para o urgente debate e combate diário a todas as situações vulneráveis que a mulher brasileira vive.
Segundo a coordenadora em exercício da União Brasileira de Mulheres no Amazonas e vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Eriana Azêvedo, o número de casos não notificados de violência contra a mulher é muito maior do que os notificados, e o período de reclusão imposto pela pandemia comprova que a violência está muito intrínseca à residência, onde a mulher é vítima das pessoas mais próximas, geralmente por companheiros ou familiares (pai e irmãos).
Segundo dados do Instituto Datafolha para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma a cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência entre 2020 e 2021, o que resulta em, pelo menos, 17 milhões de casos notificados, nesses dois anos de contexto pandêmico, quando a violência doméstica foi agravada.
As mobilizações em defesa da vida da mulher se intensificam desde o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, considerando que o racismo estrutural agrava a violência de gênero, o que resulta em mais mulheres negras como vítimas. Na década de 2009 a 2019, 50.056 mulheres negras foram assassinadas, segundo o Atlas da Violência 2021, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
Existem vários tipos de violência, como a psicológica, moral, sexual e patrimonial, sendo a violência física e o feminicídio o estado mais alto do machismo e da opressão. Esse ciclo de violência tem se agravado no governo do presidente Jair Bolsonaro, que incita a violência com discurso de ódio e é omisso quanto as políticas de proteção à mulher.
“É um dever nosso, de toda a sociedade, se envolver no combate a qualquer tipo de violência contra a mulher. Esse tipo de situação não cabe mais na sociedade de pleno século XXI. A gente precisa avançar. A violência não só faz mal à mulher, mas infelizmente, faz mal a uma família inteira, inclusive deixando muitos órfãos”, comenta Eriana.
Data simbólica
Neste 25 de novembro acontecem diversas mobilizações em defesa da mulher no Brasil e no Mundo. A data remete a homenagem as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas em 25 de novembro de 1960. As irmãs dominicanas ficaram conhecidas como Las Mariposas, por se oporem à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, a República Dominicana.
A data simbólica foi aprovada como Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta contra a Violência à Mulher no I Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá, na Colômbia. Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que o 25 de novembro seria o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher.
#Elenuncamais
Em defesa de todas as mulheres, em especial das negras e indígenas, um basta deve ser dado na política de morte, machista, racista e misógino que se alastra pelo Brasil. Para fortalecer essa luta, movimentos feministas e entidades organizadoras da Campanha Nacional Fora Bolsonaro convocam o Ato Nacional “Bolsonaro Nunca Mais” para o dia 4 de dezembro (sábado). Mais do que dizer “Ele Não!” é hora de dizer “Ele nunca mais”.
Fontes: ADUA com informações da CSP-Conlutas, UBM-AM, Ipea, ACNUDH.
Leia também:
Livro "Violência contra as mulheres nas Universidades" é lançado nesta terça-feira (23)
Em Parintins, entidades organizam ato em defesa das Mulheres
|