Movimentos feministas, secretarias de mulheres de partidos progressistas, CSP-Conlutas, demais centrais sindicais e entidades organizadoras da Campanha Nacional Fora Bolsonaro irão realizar, no dia 4 de dezembro (sábado), o ato nacional “Bolsonaro Nunca Mais”. A manifestação é inspirada nos atos #EleNão, de 2018, quando mulheres de todo país lotaram as ruas em repúdio à candidatura de Jair Bolsonaro. O “Ele Não” simboliza a luta pela democracia e contra a misoginia, o fascismo e o racismo.
Sob o governo Bolsonaro, a vida das mulheres brasileiras piorou bastante. Colecionador de ataques misóginos, o presidente da república enfraqueceu as políticas públicas voltadas para esse público. E a situação se agravou ainda mais na pandemia da covid-19. Nesse período, as mulheres estão tendo que lidar com uma sobrecarga física e emocional com a perda de seus empregos, a morte de amigos e parentes, os cuidados com a casa e os filhos, e muitas com o aumento da violência doméstica.
Com a agudização da fome no país, mães – muitas responsáveis pelo único sustento da casa – também passaram a se alimentar pior para dar de comer para os filhos e as filhas. E essa situação tende a piorar ainda mais, uma vez que o governo Bolsonaro extinguiu o programa Bolsa Família, programa social de renda familiar, e ainda diminui o valor do auxílio emergencial e a parcela da população atendida pelo programa. Tal conjuntura apenas demonstra o projeto genocida do governo federal contra o povo brasileiro.
A convocação para o 4 de dezembro reforça a denúncia desse drama, que agrega o aumento da inflação, da energia elétrica, dos combustíveis e da cesta básica. De acordo com dados Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado no dia 9 de novembro, a cesta básica voltou a subir em outubro em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo órgão. Na média, a cesta básica compromete 58,35% do salário mínimo.
Para a construção do ato, estão sendo realizadas reuniões preparatórias e uma plenária com atividades culturais foi convocada para o dia 23 de novembro. A organização do ato também prevê a elaboração de um manifesto das mulheres contra Jair Bolsonaro.
Confira na íntegra o documento de convocação:
MULHERES CONTRA BOLSONARO DE TODO MUNDO: UNÍ-VOS! – DIA 04/12/2021
ÀS COMPANHEIRAS DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS,
Com Bolsonaro, cada dia que passa é mais destruição, seja da natureza, das políticas públicas e sociais, sejam direitos da classe trabalhadora.
Este projeto de morte ultra neoliberal mina todas as possibilidades de existência, especialmente da população mais pobre.
O grau de ataques que as mulheres têm sofrido no governo Bolsonaro é inegável.
O aumento da fome e da necessidade de cuidado nas famílias por nós chefiadas, a perda da renda e postos de trabalho, a escalada da violência machista nos espaços domésticos, na vida pública, nas cidades, no campo, nas florestas e nas águas! Temos que dar um basta!!!!
Nós somos a maioria da sociedade que se opõe ao governo genocida de Bolsonaro, e já em 2018 demos o recado do que seria sua gestão quando fomos aos milhões nas ruas com o #EleNão.
É por isso que convocamos a todas a construir manifestações das Mulheres no dia 04/12, por BOLSONARO NUNCA MAIS! Construam plenárias, convoquem coletivos locais! E não se esqueçam: dia 20, dia da Consciência Negra, é todas nas ruas pelo #ForaBolsonaro!
Assinam:
Campanha Nacional Fora Bolsonaro
AMB – Articulação de Mulheres Brasileiras
CMB – Confederação de Mulheres Brasileiras
CMP – Central de Movimentos Populares
Coletivo Juntas!
Coletivo Nacional de Mulheres da CUT – Central Única dos Trabalhadores
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
EIG – Evangélicas pela Igualdade de Gênero
FIBRA – Frente Internacional Brasileira
Levante Popular da Juventude
MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens
MMC – Movimento de Mulheres Camponesas
MMM – Marcha Mundial das Mulheres
MNU – Movimento Negro Unificado
Movimento de Mulheres Olga Benário
MST – Movimento Sem Terra
MTD – Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos
RENFA – Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas
Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadora Rural da CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
Secretaria Nacional de Mulheres da CTB – Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil
Secretaria Nacional de Mulheres da UNE – União Nacional dos Estudantes
Secretaria Nacional de Mulheres do PCdoB – Partido Comunista do Brasil
Secretaria Nacional de Mulheres do PT – Partido dos Trabalhadores
Setorial Nacional de Mulheres do PSOL – Partido Socialismo e Liberdade
Stop Bolsonaro Mundial
UBM – União Brasileira de Mulheres
UJS – União da Juventude Socialista
UNEGRO – União de Negras e Negros pela Igualdade
Fontes: CSP-Conlutas, PCdoB, Revista Fórum e Brasil 247
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