A manhã da última sexta-feira (11) foi marcada por uma triste e violenta desocupação do prédio da Oi no Rio de Janeiro-RJ, também conhecido como Favela da Telerj. A ação, que é parte da política social higienista dos governos fluminense e carioca, fez com que 5 mil pessoas que ocupavam o prédio há onze dias perdessem seu teto – ainda que o prédio estivesse sem qualquer uso há 10 anos.
Cerca de 1650 homens da PM (500 do Batalhão de Choque) foram mobilizados a partir do início da manhã para retirar, à força, os moradores que ocupavam o local. A ação policial foi de extrema brutalidade, com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha. Entre os feridos estão várias crianças. Helicópteros lançaram bombas de gás sobre os moradores. Cenas mostram ainda a utilização de armas de fogo pela polícia. Profissionais de imprensa foram coagidos pela polícia, e um fotógrafo do Jornal O Globo chegou a ser detido por registrar a ação.
A Diretoria do ANDES-SN, reunida no final de semana em Brasília, discutiu o tema e aprovou a seguinte nota:
“A Diretoria do ANDES-SN repudia a ação truculenta da Polícia Militar empregada contra a população que ocupava o prédio abandonado da Telerj/Telemar/Oi, iniciada na manhã do dia 11 de abril de 2014, sob a orientação da política de segurança pública do estado e do município do Rio de Janeiro. Ademais, tem sido marca dos presentes governos, criminalizar as lutas sociais como única forma de responder aos problemas concretos da população, como é o caso da habitação. Sabemos todos, que a propriedade do solo urbano deve, acima de qualquer coisa, cumprir função social frente às necessidades da população trabalhadora, não podendo servir como moeda de troca para fins de especulação imobiliária e intensificação do projeto de cidade voltado para o capital, como tem sido sistematicamente defendido pelas três esferas de governo. Queremos e defendemos sim, habitação como direito e não como objeto de mercado, assim como uma educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, e saúde pública, de qualidade e estatal.
Todo apoio aos movimentos que lutam pelo direito à cidade.
Diretoria do ANDES-SN”
* Com informações de CSP-Conlutas e foto do Jornal A Nova Democracia
Fonte: ANDES-SN |