Seis indígenas da etnia Macuxi da comunidade Tabatinga, em Roraima, foram feridos com balas de borrachas disparadas pela Polícia Militar (PM), na terça-feira (16). Um vídeo mostra a covardia durante o ataque contra a comunidade que fica dentro da Terra Indígena (TI) Raposa Serra do Sol. É possível ver uma idosa entre as vítimas e ouvir gritos de pessoas alertando que havia crianças nas casas durante o ataque dos policiais, que invadiram a comunidade para retirar um posto de vigilância montado contra o garimpo ilegal. Dois indígenas foram transferidos para o Hospital Geral de Roraima, na capital.
“Todos os povos têm seus guardiões e guardiãs que fazem a proteção territorial (...) os órgãos que deveriam estar ajudando os indígenas não fazem esse acompanhamento, se ficam dependentes do poder federal e estadual, eles estão perdidos”, explicou a liderança indígena integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e integrante da Associação Nacional de Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), Raquel Tremembé.
Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os policiais levaram o equipamento de rádio da comunidade. Uma faixa com o artigo 231 da Constituição Federal, sobre os direitos dos povos originários e a necessidade de proteção de suas terras, também foi retirada. “Lamentável essa postura da polícia. É uma forma de defender o opressor. É absurdo e lamentável. Nossos parentes têm sido mortos por conta desse tipo de opressão. Infelizmente, isso também tem ocorrido dentro de nossos territórios”, explicou Raquel.
O garimpo ilegal tem apoio do governo federal, apesar dos danos ocasionados à natureza e aos indígenas. Em 26 de outubro desde ano, o presidente Jair Bolsonaro, afrontou os povos indígenas, ao colocar um cocar na cabeça e discursar a favor do garimpo ilegal, em uma visita à comunidade Flechal, no município de Uiramurá, que fica dentro da TI, em Roraima.
As comunidades locais e os postos de monitoramento do território que impedem a entrada de garimpeiros e outros invasores devem ser defendidos contra todos os ataques. O Conselho Indígena de Roraima (CI) repudiou o ataque e afirma que todas as medidas judiciais serão tomadas.
Foto: Conselho Indígena de Roraima/ divulgação
Fonte: com informações da CSP-Conlutas, Folha de São Paulo e Conselho Indígena de Roraima.
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