Pela permanência e garantia das bolsas de pesquisa, contra os cortes na educação e contra a Reforma Administrativa, estudantes e docentes do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), da Ufam, realizaram um ato público nesta segunda-feira (15), em Humaitá (AM).
Os alunos e alunas bolsistas do Programa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid) e o Residência Pedagógica (RP) do IEAA estão com atividades paralisadas devido ao atraso do pagamento das bolsas. Os protestos aconteceram pela manhã, em frente à Ufam, com apoio de docentes sindicalizados(as) à ADUA.
Segundo o professor Douglas Ferreira, desde 29 de maio, quando foram retomados os protestos de rua, os professores e professoras do IEAA têm organizado e participado de mobilizações nacionais e apoiado atos estudantis.
“Essa unidade é necessária porque os servidores públicos sofrem com isso, com essa medida [PEC 32] que pode ser aprovada ainda esse ano. E os estudantes sofrem imediatamente com esses cortes, ambos vão sofrer no futuro imediato as consequências desses cortes e dessa mudança de política em relação aos serviços públicos que estão sendo destruídos”, afirmou o docente.
Reivindicação
A atividade, que contou com carro de som, falas, declamações de poesias e confecção de cartazes, foi organizada em assembleia virtual dos(as) estudantes.
Além da manutenção do Pibid e da Residência Pedagógica, o movimento reivindicou verbas para educação e ciência e tecnologia e pela vacinação contra o coronavírus, e protestou contra o desemprego, baixos salários, aumento do custo de vida e a alta da inflação.
A PEC 32/2020 também foi duramente criticada na ação por prever o desmonte da ciência a partir da destruição dos serviços públicos. “Há a necessidade de continuar em mobilização, continuar em luta, e a necessidade de se contrapor a esse projeto, que não é só um projeto desse governo, mas um projeto do capital, dos capitalistas para os países atrasados, e que vai ter consequências bastante nefastas para o futuro, para a juventude e para o futuro do serviço público”, declarou o professor Douglas.
Entenda
O país vive um cenário de desmonte da Ciência e Tecnologia (C&T), com corte de R$ 630 milhões na área. O impacto já é observado com a dificuldade na manutenção das instituições de ensino superior e no pagamento de bolsas de pesquisa, atingindo neste momento diretamente o Pibid e a RP. O ANDES-SN e a representação do Pibid da Ufam emitiram notas públicas repudiando a situação.
O Pibid e o RP são gerenciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e integram a Política Nacional de Formação de Professores do Ministério da Educacao (MEC). Esses programas têm duração de 18 meses, mas o governo não direcionou recursos para a Capes, que, por sua vez, é responsável pelo repasse das bolsas, que variam de R$ 400 a R$ 1,5mil.
A RP concede bolsas a estudantes dos cursos de licenciatura para o aperfeiçoamento da formação prática, a partir da imersão na Educação Básica, enquanto o Pibid concede bolsas a estudantes de licenciatura que participam de projetos de iniciação à docência das Instituições de Educação Superior (IES) em parceria com as redes de ensino.
Fotos: IEAA/UFAM
Leia mais:
Estudantes do AM protestam contra o não pagamento de bolsas do Pibid e da RP
Universidades precisam de, no mínimo, mais R$ 1,8 bilhão para funcionarem em 2022
|