A fome voltou e tem castigado o país. Dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil apontam que a fome atingiu 19 milhões de brasileiros e brasileiras em 2020. Para protestar, será realizada a Marcha contra a Fome, no sábado (13 de novembro), em São Paulo (SP). O ato é organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pela Frente Povo Sem Medo.
O problema é grave. Essas 19 milhões de pessoas com fome fazem parte das 116,8 milhões que convivem com algum grau de insegurança alimentar, o que corresponde a 55,2% dos domicílios do país, ainda conforme informações do Inquérito, conduzido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan). Cenas como famílias em fila de doação de ossos e retirando alimento do lixo têm ocorrido com frequência. Apesar dessa situação, o governo Bolsonaro reduziu os valores e os nomes de pessoas que irão receber o auxílio emergencial e ainda acabou com o Bolsa Família, projeto social de renda de 18 anos que atendia quase 15 milhões de famílias.
Com expectativa de reunir 20 mil pessoas, a Marcha contra o descaso dos governantes com a falta de comida no prato terá concentração às 13h (horário de São Paulo), no entorno da estação de metrô Paraíso, e caminhada em direção à Sé, onde será realizado um ato com a presença de Guilherme Boulos (PSOL) e do padre Júlio Lancelotti, este último que é conhecido por sua atuação com a população de rua paulista.
Fome, desemprego, inflação e corrupção
Em setembro deste ano, o MTST e a Frente realizaram dois grandes atos para chamar a atenção da agudização da fome no Brasil, que ocorre simultaneamente ao aumento da riqueza de outra parcela da população, o desemprego e a alta da inflação. No dia 23, os e as manifestantes ocuparam a sede da Bolsa de Valores em São Paulo, no centro da capital. Segundo os(as) organizadores(as), o local foi escolhido por simbolizar a "especulação" e a "desigualdade social.
Outra manifestação do movimento foi realizada, no dia 30, em frente à “Mansão da Rachadinha” do senador e filho do presidente da república, Flávio Bolsonaro, em Brasília (DF). Com uma bandeira do Brasil com o dizer “Fome”, faixas com as frases “19 milhões sem feijão” e “6 milhões pra mansão” e pedaços de ossos, os e as manifestantes realizaram o protesto na entrada do condomínio Mansões Dom Bosco, no Lago Sul. Representantes do ANDES-SN e seções sindicais participaram do ato.
Fonte: ADUA com informações da Folha, UOL e ANDES-SN
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