A Assembleia Geral (AG) dos técnico-administrativos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), realizada nesta quinta-feira (3), no Bosque da Resistência, contou com a participação de servidores lotados nas unidades acadêmicas de Humaitá, Itacoatiara e Parintins, reafirmando o apoio dos trabalhadores de fora da sede à greve deflagrada no último dia 17 de março.
No Instituto de Educação, Agricultura e Meio Ambiente (IEAA), em Humaitá, dos 30 técnico-administrativos, 28 servidores aderiram ao movimento paredista. Servidora da Ufam desde 2007, a técnica-administrativo Cristiane Martins ressaltou que, naquela unidade acadêmica, a paralisação das atividades ocorre desde o dia de deflagração da greve na sede, liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam).
No IEAA estão funcionando apenas os serviços considerados essenciais. “Apenas os serviços de fisioterapia, psicologia e a emissão de nada consta por parte da biblioteca estão sendo realizados normalmente. Fizemos uma reunião e entregamos a ata para o diretor da unidade justamente para que ficassem claros quais os serviços serão mantidos”, frisou Cristiane.
Incluída ao quadro de técnico-administrativos da Universidade em fevereiro deste ano, a servidora Gisele Carvalho afirma que, apesar da categoria que atua no Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET) ter aderido à greve apenas no último dia 20 de março, a postura em Itacoatiara é de buscar constantemente informações com o Comando de Greve da capital. O objetivo é não perder a sintonia com as medidas adotadas em Manaus. Na unidade acadêmica, a realização de matrícula dos aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) foi mantida em caráter de essencialidade.
Segundo Gisele, servidores que aderiram à greve têm recebido e-mails de coordenadores solicitando comparecimento ao posto de trabalho, o que contraria o direito de greve assegurado pela Constituição Federal, a moção de apoio do Consuni ao movimento paredista e ainda a nomeação do Comando de Greve como responsável por receber e avaliar demandas da administração. “Os coordenadores pedem que o servidor se apresente ou que agende um dia para ir lá, mesmo sabendo que o técnico-administrativo aderiu à paralisação”, afirmou.
Reivindicações
Entre as reivindicações está o aprimoramento da carreira, com piso inicial de três salários mínimos e step de 5% (com base no acúmulo histórico da categoria); ascensão funcional; reconhecimento dos cursos de mestrado e doutorado realizados fora do país para incentivo à capacitação; aproveitamento de disciplinas de pós-graduação para pleitear progressão por capacitação profissional.
A categoria também pleiteia turnos contínuos com jornada de trabalho de 30 horas semanais, sem redução salarial, com intuito de manter a universidade funcionando nos períodos da manhã, tarde e noite.
Como o governo ainda não atendeu as demandas dos servidores, os técnico-administrativos da Ufam decidiram, durante a AG, manter a greve por tempo indeterminado, com esvaziamento dos postos de trabalho e ampla participação nas atividades de mobilização. Aproximadamente 170 trabalhadores tomaram parte da decisão. Eles também já aprovaram o calendário de atividades da próxima semana.
Nesta sexta-feira (4), os servidores voltam a se encontrar, pela manhã, no Bosque da Resistência, na entrada do Campus Universitário, para fazer panfletagem. Em caso de chuva, a categoria definiu o hall da FCA como ponto alternativo de encontro. Do local, os trabalhadores seguem até a reitoria.
Fonte: Adua |