A greve dos técnico-administrativos chega ao 16º dia com a adesão de trabalhadores em 35 universidades federais, de acordo com informações do Comando Nacional de Greve. Na Universidade Federal do Amazonas, a categoria decidiu, nesta terça-feira (1), manter o movimento paredista por tempo indeterminado, com caráter de esvaziamento do local de trabalho e ampla participação nas atividades de mobilização.
Em Assembleia Geral (AG) realizada no Hall da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), os trabalhadores aprovaram também o calendário de greve, com ações previstas até sexta-feira (4). “Apesar do tempo, a greve continua forte e o movimento segue ampliando a participação”, disse a integrante do Comando Local de Greve (CLG), Ana Grijó. Cerca de 170 técnicos participaram desta 5ª AG.
Nesta quarta-feira (2), pela manhã, o CLG pretende realizar visitas em algumas unidades acadêmicas da Ufam, para intensificar a mobilização, e à tarde, os integrantes do Comando seguem até a reitoria.
Na quinta (3), a categoria terá nova AG, às 9h, no Bosque da Resistência, na entrada do Campus Universitário. “Caso chova, os trabalhadores devem seguir para o hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras, local alternativo para a realização da AG, conforme aprovação da categoria”, alertou a coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), Crizolda Araújo. À tarde, haverá reunião do CLG.
Já na sexta-feira (4), haverá panfletagem, pela manhã, na entrada do Campus Universitário. A categoria definiu o hall da FCA como ponto de encontro alternativo, em caso de chuva. “Em todo caso, vamos seguir em caminhada até a reitoria”, disse Crizolda.
Direito de greve
Durante a AG, a categoria voltou a criticar, com base em denúncias que chegam ao CLG, a suposta atitude de gestores que estariam ameaçando técnicos de aderirem ao movimento paredista. “Gestores não podem dar falta em virtude de greve. Isso é ilegal. A greve é um direito do trabalhador”, chamou atenção Crizolda, acrescentando que o setor jurídico do Sintesam está acompanhando cada caso e vai tomar as providências cabíveis.
Na última AG, realizada na Faculdade de Medicina, o Sindicato já havia convocado os grevistas a denunciarem possíveis ameaças e casos de assédio moral praticados com o objetivo de impedir a adesão ou permanência de novos servidores ao movimento. O alerta pode ser feito ao CLG, instalado na sede do Conselho Interno de Supervisão (CIS), no setor sul do Campus Universitário.
A Reitoria da Ufam informou, por meio da Assessoria de Comunicação, que não tomou conhecimento, até o momento, sobre qualquer caso dessa natureza e orienta que os servidores em questão formalizem as denúncias para apuração dos fatos.
No dia 25 de março, o Conselho Universitário (Consuni), maior instância deliberativa da Ufam, aprovou moção de apoio ao movimento paredista da categoria, após apresentação de proposta feita pelo Comando Local de Greve. “O Consuni reconhece que o direito de greve é um direito público consagrado na Constituição Federal a todos os trabalhadores brasileiros, inclusive os servidores públicos, independente de sua condição contratual, rejeitando, desta maneira no âmbito da UFAM, ações de qualquer natureza que porventura maculem o efetivo exercício da democracia”, diz trecho da nota.
Fonte: Adua |