O ANDES-Sindicato Nacional, seguindo a sua luta pela verdade sobre o período de ditadura empresarial-militar e pela revisão da Lei da Anistia, organizará uma reunião na quinta-feira (27) para articular a Comissão da Verdade do sindicato e planejar as próximas ações junto a entidades sindicais e movimentos sociais. O tema é caro ao sindicato, tendo sido objeto de debate durante seu 33º Congresso Nacional, realizado em São Luís/MA, o qual deliberou por sua centralidade para o ano de 2014.
Na quinta-feira será realizada a reunião ampliada da Comissão da Verdade do ANDES-SN com as seções sindicais, entidades sindicais e movimentos sociais, às 14h, na sede do Sindicato Nacional. Desse encontro sairão deliberações de ações conjuntas que permitam demonstrar a realidade da ditadura empresarial-militar brasileira, além de estabelecer ações políticas para a revisão da Lei da Anistia e a responsabilização dos autores de tortura e de crimes de lesa-humanidade.
Representações do Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal do Brasil (SINDIRECEITA), da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (FENAJUFE) e do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) vão participar do encontro.
Para Márcio Antônio de Oliveira, secretário-geral do ANDES-SN e coordenador da Comissão da Verdade do ANDES-SN, as duas reuniões servirão para articular o movimento em torno das reivindicações de publicidade dos crimes cometidos no período, e também da revisão da Lei da Anistia, que possibilitaria, como ocorreu na Argentina, uma reparação real ao povo brasileiro. “É preciso descobrir a verdade para podermos recompor a história” afirmou Márcio.
O coordenador da Comissão da Verdade do ANDES-SN espera que, com a organização das entidades sindicais e movimentos sociais em torno da pauta, e com a pressão da sociedade, seja possível ir além da simples revisão dos crimes do período ditatorial, possibilitando um reposicionamento histórico do Brasil em relação a esses anos nefastos.
50 anos depois
Márcio Antônio de Oliveira também traçou um paralelo entre a repressão do período da ditadura empresarial-militar e a crescente criminalização dos movimentos sociais encabeçada pelo governo federal. Segundo o coordenador da Comissão da Verdade do ANDES-SN, “é inconcebível ressuscitar formas de repressão” em nome da defesa da democracia e da Copa do Mundo de futebol, como, por exemplo, instaurar processos administrativos contra todos os servidores públicos que saírem às ruas durante o torneio.
Fonte: ANDES-SN |