O drama vivenciado por Solange Lourenço, militante estudantil, e outras mulheres, durante a Ditadura Militar, foi relembrado em apresentação feita por integrantes do Coletivo Feminista Baré, no dia 21, durante Sexta Cultural realizada na sede da Adua. A iniciativa encerrou a série de atividades, organizada pelo Coletivo ao longo deste mês, para lembrar a luta de mulheres que foram torturadas ao longo do período mais turbulento da história do país.
“Várias mulheres estiveram na luta em oposição à ditadura. Muitas delas sofreram um processo intenso de torturas, mesmo estando grávidas. Esses casos sempre foram invisibilizadas pela mídia”, afirmou a integrante o Coletivo Feminista Baré e estudante do 1º período de História, Tamily Frota. Para ela, a programação cultural se constituiu também como um espaço político.
Em consonância com Tamily, Israel Pinheiro, estudante finalista de Ciências Sociais, acrescentou que “o resgate da memória social foi o ponto fundamental da noite”. Na avaliação dele, os movimentos sociais e estudantis têm cumprido o papel de reflexão a história recente do país. “Temos trazido à tona o que a própria universidade tem deixado de lado: a discussão sobre esse ranço que ainda se perpetua de forma latente na sociedade”, disse.
Além da apresentação da ‘carta de intenção’ do evento, a programação contou também com a leitura de depoimentos de mulheres torturadas e ainda a realização de intervenções. A noite também contou com a participação das bandas Boomerang Blues, Nematoides, Escândalo Fônico e Paquitas de Noé, essa última formada exclusivamente por elas. A programação também integrou a Campanha Nacional “1964: Nunca Mais”.
Fonte: Adua |