No dia em que servidores públicos federais paralisaram as atividades em todo o país, professores e técnicos-administrativos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) deliberaram, nesta quarta-feira (19), a criação de um Comando Local Unificado de Mobilização, para organizar o processo de articulação das categorias com outros movimentos sindicais, sociais e estudantis no Amazonas.
A decisão foi tomada em Assembleia Comunitária realizada no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), com apoio também de estudantes que manifestaram-se favoráveis à construção de um movimento conjunto que lute por melhorias para a educação.
Em virtude da paralisação, a universidade estava esvaziada e alguns trabalhadores de serviços terceirizados aproveitaram para fazer uma limpeza geral em alguns blocos de sala de aula da instituição.
As atividades serão retomadas amanhã normalmente. “Os professores não estão em greve. Hoje, atendendo à agenda de luta do Sindicato Nacional e do Fórum dos Servidores Públicos Federais, é um dia de paralisação, para mostrar que o movimento continua articulado e segue tentando negociar junto ao governo a pauta de reivindicação dos trabalhadores”, afirmou o presidente da Adua, José Belizario.
No caso dos técnicos-administrativos, a categoria mantém o movimento paredista deflagrado na última segunda (17) e chega ao terceiro dia de greve. A avaliação do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam) é que o movimento está ganhando força. Nesta quinta-feira (20), os técnicos fazem nova Assembleia Geral, às 9h, no auditório da Faculdade de Ciências Agrárias.
Nos próximos dias, os servidores da Ufam devem fazer contato com representantes da Central Sindical Popular (CSP-Conlutas) e Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica – Seção Amazonas (Sinasefe) para programar uma reunião ampliada, reunindo trabalhadores da educação.
Outra medida aprovada pelos trabalhadores da instituição durante a Assembleia Comunitária é a democratização do conteúdo publicado na página da Ufam, dando visibilidade às ações do movimento paredista já deflagrado e ainda às atividades do comando de mobilização dos servidores. “O site é de uma instituição pública, portanto deve representar os interesses da universidade e de seus agentes, e não dar visibilidade somente às ações de um grupo que está no poder”, disse o coordenador de Formação e Comunicação do Sintesam, Ronaldo Bastos.
Movimento Estudantil
“Os estudantes entendem que há um processo em construção e que, nesse momento, ainda não é possível manifestar-se favorável ou contrariamente à greve”, disse o estudante Eli Souza, repassando à Assembleia o informe da categoria, retirado durante uma reunião do Conselho Estudantil de Base, realizado nesta terça-feira (18).
O que não significa que os estudantes estejam alijados do processo de mobilização, no entendimento do representante da Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre (Anel), Raoni Lopes. “Esse é um momento importante de articulação e de politização; o governo não nos ouviu quando fomos às ruas, pois o transporte, por exemplo, não melhorou”, avalia.
Fonte: Adua |