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Docentes da Ufam aprovam ampliação do comando de mobilização



Em Assembleia Geral (AG) realizada na sede da Adua, os docentes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aprovaram, nesta terça-feira (18), a ampliação do Comando Local de Mobilização (CLM), para articular as atividades de sensibilização junto à comunidade acadêmica e sociedade em geral para a necessidade de luta conjunta com o funcionalismo público. Durante “análise de conjuntura”, a categoria avaliou que o atual momento não é propício para deflagração de greve, embora haja motivos suficientes para tal.

Pesou na avaliação dos professores a necessidade de reorganizar o movimento docente na Ufam, com intuito de aglutinar mais forças durante o processo de mobilização, e de esclarecimento da comunidade acadêmica, que, em virtude da desinformação da grande mídia, entre outras coisas, não tem tomado conhecimento da pauta de reivindicações dos docentes e da total falta de vontade do governo para a retomada das negociações. “Não podemos deixar que outros tomem decisões por nós, mas para isso é preciso estar esclarecido”, disse o presidente da Adua, José Belizario, que conduziu a mesa nesta AG.

Por isso, a categoria também aprovou, como 1ª atividade na retomada do processo de mobilização, participação no Dia Nacional de Paralisação dos Servidores Públicos Federais, nesta quarta-feira (19). Esta data, que integra a agenda de lutas aprovada no 33º Congresso do ANDES-SN, realizado em São Luís, foi referendada pelos professores.

A concentração será a partir das 7h, no Bosque da Resistência, na entrada do Campus Universitário, onde haverá panfletagem e será oferecido um café da manhã, como parte da programação. Após esse momento, docentes e técnicos-administrativos devem partir em carreata até o hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), no setor Norte, para a participação em uma Assembleia Comunitária às 10h.

O próximo encontro está marcado para sexta-feira (21), às 16h, na sede da Adua, onde ocorrerá a primeira reunião do CLM, com a participação dos integrantes que se manifestaram na AG e ainda daqueles que desejarem integrar-se ao Comando. O grupo ficará responsável pela organização do calendário de atividades de mobilização.

Análise de Conjuntura

Os docentes dedicaram grande parte do tempo da AG, cerca de duas horas, para avaliar a atual conjuntura local e nacional. “É preciso retomar o esclarecimento para que esse processo de discussão e mediação seja positivo. Mas, é necessário ter o sindicato como referência”, afirmou o professor do ICHL, Alcimar Oliveira, criticando setores da comunidade acadêmica que usam somente a grande mídia como fonte de informação. Na avaliação dele, a situação não mudou muito em relação às condições que motivaram a deflagração da última greve, em 2012. “Pelo contrário, a precarização aumentou, a universidade vem sofrendo vários golpes em relação à autonomia e a pauta da carreira docente não foi atendida”, disse.

Em consonância com Oliveira, o professor Jacob Paiva, da Faculdade de Educação, entende que a situação posta tende a se agravar. “Com uma conjuntura que tem uma Copa do Mundo, Eleições e todo o aparato repressivo para combater as manifestações, o enfrentamento ficará mais difícil e as nossas condições de trabalho só pioram”, avaliou Paiva. Ele também citou a proposta de lei que pretende regulamentar a autonomia das universidades é mais uma tentativa de limitar a atuação da academia e dos trabalhadores.

Também do ICHL, o professor Tomzé Vale da Costa, destacou que a pauta do movimento docente é a mesma de 2012, evidenciando o “projeto político” da expansão das universidades e da exploração do trabalhador. Mas, alertou que a categoria tem que ter “cautela, para não repetir os mesmos erros de dois anos atrás”. Vale reforçou a necessidade de o movimento docente se articular com representantes de outras categorias do serviço público federal, em uma “construção de luta coletiva”.

Mereceu destaque durante a AG itens da pauta local, principalmente a condição de funcionamento das unidades acadêmicas localizadas fora da sede da Ufam. “Desde dezembro, Humaitá é palco de tragédias, envolvendo questões étnicas, rurais e agora o problema da cheia do rio Madeira e isso tem afetado as condições de trabalho na universidade, que já estavam precarizadas e não se tomam providências”, disse a professora do Instituto de Educação, Agricultura e Meio Ambiente (Ufam/Humaitá), Ednailda Santos. Ela afirmou que vários estudantes indígenas perderam o atual período letivo em virtude dos conflitos que ocorrem na região.

No entendimento do professor Aloysio Nogueira, a categoria precisa avaliar a força política que se dispõe e aquela que será necessária para que as reivindicações sejam conquistadas. “Nesse processo, devemos avaliar também quem são os nossos aliados e os nossos adversários”, frizou.

Uma das alternativas levantadas pelo professor do ICHL, Luiz Carlos Martins, é a definição de estratégias de luta capazes de mobilizar os movimentos sociais dispersos pela cidade. “Existe uma insatisfação social, que não quer ligação com partido político, nem com chavões e velhos modos de reivindicar ou pureza ideológica”, ponderou. Ele propôs a realização de atividades mais próximas da sociedade, com um calendário que inclua, por exemplo, realização de aulas nas ruas e ações culturais.

Eleições

Após a análise de conjuntura, os docentes também aprovaram, por unanimidade, a realização das eleições da Adua concomitante com a escolha da diretoria do ANDES-SN, nos dias 13 e 14 de maio. A categoria avaliou como sensata a proposta de aproveitar a infraestrutura, recursos humanos e financeiros para promover o pleito das diretorias local e nacional, sem incorrer em perdas para a atual gestão.

A AG aprovou ainda a composição da Comissão Eleitoral formada pelas professoras Patrícia Sampaio, eleita pela Assembleia; Ana Cristina Martins Fernandes, representante do CRAD e pelo professor José Belizario, indicado pela diretoria.

Fonte: Adua



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