O desgoverno Bolsonaro completa 1.000 dias. Não chegou por acidente. Quem o promoveu e o elegeu não o fez por desconhecimento. Adentrou em nossas vidas de forma sorrateira, até repentina, é verdade, mas não inocentemente. Foi a autocracia burguesa com todos os seus tentáculos, a considerar o tempo imediato a partir de 2013, que adubou o canteiro envenenado no qual germinou a árvore da morte.
Envoltos em nossas rotinas não dispensamos a devida atenção aos riscos que corríamos com sua chegada, juntamente com a “familícia”. Os efeitos da hecatombe contam-se em mortes. Pelos números oficiais e subnotificados, perto de 600 mil vidas foram subtraídas pela pandemia de covid-19 e, sobretudo, pela omissão criminosa de seu governo. Mil dias a 600 mortes diárias.
Fomos assaltados por uma onda de incompetência e violência nunca antes vista em nosso país. E tudo com cálculo e método. A impressão que se tem é que recebemos de presente um famigerado “cavalo de Tróia”, mas não tão imprevisível como ocorreu aos gregos. O seu modus operandi é governar pelo desgoverno, atentar contra toda ordem social.
A extrema direita não sabe até hoje como agradecer à direita, inclusive à direita menos incivilizada, pela imprevisível eleição de Bolsonaro. O lumpesinato, que de alto a baixo atravessa todas as classes sociais, chegou ao poder. Sociopatas, psicopatas, gente pervertida de todas as extrações, ocupam todas as esferas de poder. A ordem do crime converteu-se em lei. “Às favas todos os escrúpulos de consciência”, como dito há tempos.
O resultado salta aos olhos: desmonte da fiscalização ambiental, favorecimento de madeireiras e mineradoras, ampla circulação de armas, amplo poder às bancadas da Bíblia, Bala e Boi, paralisação da demarcação de terras indígenas e quilombolas, interferência na Polícia Federal, proteção a criminosos, desmonte da educação pública e de qualidade, destruição das instituições culturais, entrega do patrimônio público à ganância do mercado.
Mil dias que parecem mil anos. Uma engenharia de destruição em massa. Aceleração das contrarreformas, como é o caso agora da contrarreforma administrativa. Enquanto a especulação e o rentismo nadam de braçadas e fazem o festim diabólico, com a Bolsa de Valores nas alturas do Brasil de poucos, mais de dois milhões de famílias são empurradas para a extrema pobreza em menos de três anos de desgoverno.
De 12,7 milhões com renda per capita de até R$ 89 em 2018 para quase 15 milhões em junho de 2021. Nos 1.000 dias do desgoverno Bolsonaro o desemprego já sacrifica a vida de quase 15 milhões de trabalhadoras e trabalhadores. Nada, nada mesmo a comemorar. E, em tempos de luto, tudo a lutar. Para defender a vida do povo brasileiro, FORA BOLSONARO! FORA GOVERNO DO CRIME, DA DESTRUIÇÃO E DA MORTE!
Diretoria da ADUA – Seção Sindical do ANDES-SN (biênio 2020-2022)
27 de setembro de 2021
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