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Organizações sociais prometem voltar às ruas nesta quinta (23) e sábado (25) em Manaus



Organizações da sociedade civil promovem um ato público em frente ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), a partir das 8h, nesta quinta-feira (23), dia em que a corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) encerra os trabalhos da segunda etapa da correição no órgão do poder judiciário. A manifestação visa cobrar celeridade no julgamento de processos que há anos aguardam decisão do TJAM.

No convite enviado aos movimentos sociais são lembrados os processos referentes à venda da Cosama, aos delegados aprovados em concurso do Estado, ao aumento da taxa de esgoto e água, à invasão de terras no Prosamim, ao pedido de indenização ao jovem Heberson Oliveira – que contraiu vírus HIV por ter sido vítima de violência sexual enquanto esteve preso injustamente por estupro –, ao superfaturamento das obras da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, e ainda ao caso Adail Pinheiro, acusado de liderar uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes em Coari, escândalo que ganhou destaque no noticiário nacional somente no início desta semana.

“Se os processos fossem julgados de forma independente e imparcial, de maneira célere, o Tribunal de Justiça do Amazonas não estaria passando por essa ‘saia justa’. Os dados do CNJ mostram a ineficiência do poder judiciário amazonense e provam que nós estamos longe de ter acesso à Justiça”, criticou o presidente do presidente do Instituto Amazônico da Cidadania (IACi), Hamilton Leão. Segundo ele, várias associações de moradores, sobretudo das zonas Norte e Leste da capital, confirmaram participação no protesto.

Outras manifestações

Com previsão de duas manifestações em Manaus, no próximo sábado (25), o 'Ato Nacional do Povo', organizado pelo movimento Vem Pra Rua Manaus, e o ‘rolezinho’, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) disponibilizará o efetivo de serviço das Companhias Interativas Comunitárias (Cicom), Ronda Cândida Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) e Ronda no Bairro em um plano de segurança destinado aos shoppings e ruas da capital.

De acordo com o secretário executivo do Gabinete de Gestão Integrada (GGI), Frederico Mendes, representantes do Amazonas Shopping, local para onde foi marcado o primeiro ‘rolezinho’ de Manaus, estiveram reunidos com a SSP, nesta terça-feira. “Hoje (ontem), foi apenas uma reunião preliminar. Nesta quinta-feira (amanhã) ocorrerá outra para decidirmos o planejamento”, disse.

Mendes ressaltou, ainda, que caso os atos gerem violência, os participantes serão responsabilizados, inclusive com os menores de idade sendo enviados à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai) e os pais contatados. “Contaremos com a parceria do Conselho Tutelar, Poder Judiciário e Ministério Público”, disse, afirmando que conforme levantamento da Secretaria de Inteligência a maioria dos membros dos dois atos não atingiu a maioridade.

“Alguns querem protestar, outros aparecer na mídia, mas não se pode juntar diversão com manifestação”, frisou referindo-se ao ‘rolezinho’, marcado para ocorrer no Amazonas Shopping.

Com o monitoramento dos centros comerciais iniciado, nesta semana, segundo o secretário executivo, policiais militares já podiam ser avistados no Manauara Shopping, alvo de mais um ‘rolezinho’, no próximo dia 8 de fevereiro.

Um dos organizadores do Ato Nacional do Povo, programado para ocorrer às 17h de sábado, com concentração em frente à Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), Leandro Xavier afirma que a mobilização é o primeiro grande ato unificado do ano e tem o objetivo de “questionar os investimentos desnecessários feitos na Copa do Mundo de Futebol”. “O questionamento é se essa Copa é realmente prioridade para o Brasil. Quem está ganhando com isso? Porque quem está pagando isso somos nós e só burguês pode comprar o ingresso”, criticou.

Encabeçado por movimentos como o Passe Livre e de povos indígenas, o Ato Nacional do Povo tem como destino a Arena da Amazônia, onde os manifestantes proferirão palavras de ordem e executarão intervenções artísticas.
Ações de divulgação como panfletagens em diferentes pontos da cidade e confecção de cartazes e faixas, hoje no Largo de São Sebastião, no Centro, também estão previstos.

‘Rolezinho’

Previsto para as 15h de sábado, o ‘rolezinho’, de acordo com o membro do Vem Pra Rua, também deve se juntar aos manifestantes do ato nacional para mostrar o contraste entre os recursos empregados na Copa e a desestruturação das residências localizadas no entorno da Arena da Amazônia.

“Eles dão o rolezinho no shopping e depois seguem para nos encontrar em frente a Assembleia”, afirmou destacando que como os participantes do rolezinho são politizados, não é descartada a possibilidade de confronto.

“A violência é uma consequência do Estado. As pessoas protestam como querem. Vai ter gente que vai quebrar e agredir, mas a gente tenta conscientizar”, informou. Segundo Xavier, 500 pessoas são aguardadas para o Ato Nacional do Povo.

Conforme uma página criada na rede social Facebook, um novo rolezinho já está programado para ocorrer no Manauara Shopping. A iniciativa, que ganhou repercussão nacional, nos últimos dias, também divide opiniões no espaço virtual.

Na página do ato, caracterizado pelos participantes como uma atividade cultural, internautas comparam a prática às mobilizações vivenciadas, em julho do ano passado, em várias cidades do País, destacando que “O gigante está acordando de novo e todos seremos parte da revolução!”. Em outros comentários, a violência é incitada ao afirmar que o revide será uma realidade se a polícia agir com truculência.

Já em alguns casos, o ‘rolezinho’ é visto por alguns como um movimento sem sentido e destinado a dar vazão ao vandalismo.

#Rolezinho

O rolezinho em shopping center é um tipo de flash mob que envolve coordenar encontros nesses locais entre centenas de jovens. Os encontros são marcados pela internet, quase sempre na rede social Facebook. Os rolezinhos vêm ganhando destaque no noticiário brasileiro devido a delitos cometidos por alguns participantes, como tumultos, furtos e agressões.

#Vem pra rua

Os protestos iniciaram em 2013 com várias manifestações populares por todo o País. O que inicialmente surgiu para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público, ganharam grande apoio popular após a forte repressão policial contra as passeatas. Atos semelhantes rapidamente começaram a se proliferar em diversas cidades do Brasil, que geraram repercussão internacional.

Fonte: Adua e Portal D24AM



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