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Reitor da USP sai de férias enquanto Escola de Artes (Each) enfrenta caos



Em plena crise na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each), agravada pela interdição judicial na unidade na última quinta-feira (9), o reitor da USP, João Grandino Rodas, entrou de férias. “Sim, o reitor está em período de férias”, respondeu a Assessoria de Imprensa da Reitoria, nesta segunda-feira (13), quando indagada se, de fato, o professor Hélio Nogueira da Cruz, que havia se desincompatibilizado do cargo de vice-reitor para disputar a eleição para reitor em dezembro de 2013, havia assumido o cargo em razão de eventual viagem de Rodas ao exterior. Nogueira confirmou sua condição de ‘vice-reitor no exercício da Reitoria’ desde o dia 2 de janeiro de 2014.
 
As férias do reitor coincidem com o período adicional de mandato que lhe foi outorgado, à margem da lei, pela Casa Civil do governo estadual. O mandato de Rodas encerrava-se em 12 de dezembro de 2013, mas foi imperialmente ampliado pelo governador Geraldo Alckmin, por meio da Casa Civil, até 25 de janeiro de 2014.
 
“Mais uma vez, portanto, o reitor em fim de mandato lava as mãos quanto à Each, coroando assim sua longa trajetória de irresponsabilidade administrativa, descaso e tolerância para com os crimes ambientais e a improbidade praticados pela gestão Boueri-Leite”, afirma a Adusp, Seção Sindical do ANDES-SN, em nota publicada no site da entidade.
 
Já o vice-reitor no exercício da Reitoria deixou claro que não pretende se envolver na questão da Each, pois o reitor continua no cargo e pode “interromper bruscamente suas férias”. Nogueira informou que a condução dos assuntos da Each está nas mãos do chefe de gabinete, Alberto Carlos Amadio.
 
Aulas da USP Leste são retomadas no campus do Butantã

Após interdição judicial do campus da zona leste da USP, que ocorreu por meio de liminar concedida em uma ação civil pública proposta pelo MPE, em razão da contaminação do solo que concentra gás metano, as aulas foram retomadas na última segunda-feira (13), na sede do Instituto de Psicologia, no bairro Butantã. A mudança é provisória e servirá para que sejam concluídas as atividades do ano passado. O início do próximo semestre, que estava previsto para 17 de fevereiro, ainda é incerto para estudantes e professores.
 
A interdição ocorreu por meio de uma liminar, expedida pela juíza Laís Helena Bresser Lang Amaral, da 2ª Vara de Fazenda Pública. A decisão considera que a continuidade das atividades representam riscos à integridade física dos estudantes e funcionários, pois o solo concentra gás metano – altamente inflamável – proveniente do descarte do desassoreamento do Rio Tietê.
 
O estudante Luís Henrique Marins, do curso de Ciências Naturais, relata que a mudança de local está provocando transtorno para alguns alunos, pois os campi ficam situados a, aproximadamente, 40 quilômetros de distância. “Eu moro a 10 minutos a pé da USP Leste, mas tive que dormir na casa de uns amigos que moram aqui perto, porque vou ter prova até às 23h”, declarou à reportagem da Agência Brasil. Outros estudantes, segundo ele, já disseram que não poderão comparecer às atividades de reposição.
 
A possível suspensão das aulas da graduação em 2014 não é o único inconveniente do impasse no campus. De acordo com alguns docentes, muitas amostras biológicas, armazenadas em laboratórios, podem ser perdidas. Além do problema com o solo, as atividades na USP Leste haviam sido suspensas no dia 16 de dezembro por determinação da diretoria do campus devido a uma infestação de piolhos de pombo e de contaminação da água.

Docentes da USP Leste lançam manifesto

Um grupo de docentes lançou um manifesto contra a situação ambiental do campus. Segundo O Estado de S. Paulo, na última semana, a Congregação da unidade - órgão máximo da unidade educacional - e o Conselho Técnico-administrativo do campus já haviam publicado nota de "indignação" pelo fato de a Reitoria da Cidade Universitária, mesmo às vésperas da interdição, não ter tomado providências para a continuidade das atividades em local apropriado.
 
Segundo a reportagem do O Estado de S. Paulo, parte dos docentes sinaliza não aceitar um local improvisado para o primeiro semestre de 2014 e já defende greve caso a situação não seja resolvida.
 
“Manifestamos, através desse documento, nossa profunda indignação com a situação em que fomos colocados e exigimos que a Universidade de São Paulo nos forneça local adequado de trabalho, como determinou a juíza que impetrou a liminar de suspensão das atividades. A maioria das atividades é intransferível, portanto, as soluções dos problemas da Each além de exequíveis, são prementes. Ainda, exigimos que as responsabilizações sejam de fato apuradas, considerando-se a complexidade e gravidade do caso”, diz um trecho do documento.

* Com informações da Adusp - Seção Sindical do ANDES-SN -, Brasil de Fato, Agência Brasil e O Estado de S. Paulo

* Imagem: Marcelo Camargo/ABr (esquerda) e divulgação (direita)

 
Fonte: ANDES-SN



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