O reitor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Luiz Pedro Jutuca, se comprometeu a ir ao Ministério Público Federal (MPF), acompanhado de uma comissão formada por docentes, técnicos e estudantes, para exigir concurso público para o Hospital Universitário Gafrée e Guinle (HUCG). O compromisso foi firmado em audiência realizada no último dia 10, sexta-feira, que teve como tema “soluções emergenciais para a crise do HUGG”.
“Há muito tempo que o governo federal não vem provendo pessoal na medida em que o hospital necessita”, afirmou o reitor Jutuca, apontando como motivo das terceirizações e utilização de “bolsistas” a política adotada nacionalmente pelos sucessivos governantes. As contratações precarizadas, que não garantem os direitos trabalhistas, têm sido a medida utilizada pelas universidades para contornar a insuficiência de concursos públicos para o provimento de vagas. “Não existe nada mais precário que ser bolsista”, completou o reitor.
O professor Rodrigo Castelo, da diretoria da Adunirio, Seção Sindical do ANDES-SN, defendeu que “não dá mais para adiar algumas soluções para os problemas do HUGG”. Para o docente, na Unirio “algumas medidas poderiam ser prontamente estabelecidas” e deveria se valorizar o envolvimento da comunidade universitária na formulação de saídas para as dificuldades do hospital.
Ficou garantido também pela reitoria, atendendo às exigências da Comissão dos Três Segmentos, a reativação do Conselho Gestor do HUGG, que a administração contribuirá para o aprofundamento da proposta de soluções para o HUGG elaborada pela Comissão, que seria assinado um documento a ser enviado ao Ministério da Educação (MEC) repudiando a culpabilização dos trabalhadores dos HU pelas crises nesses hospitais e que seriam discutidos possíveis plebiscitos institucionais que tratem da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e da eleição de diretores do HUGG.
Ebserh
Durante a reunião com a Comissão dos Três Segmentos, o reitor da Unirio disse que vem sendo pressionado para que a universidade firme adesão ao contrato com a Ebserh. Segundo ele, um “dirigente do MEC”- ao comentar o caso de um reitor que não teria conseguido aderir a Ebserh por meio dos conselhos e o teria feito por conta própria em seu gabinete, às vésperas do fim do seu mandato - lhe disse: “espero esse ato de coragem da sua parte”. Jutuca, porém, se comprometeu com a Comissão dos Três Segmentos a não tomar esta atitude.
O reitor explicou ainda que “o governo nunca apresentou uma solução para os terceirizados e bolsistas. Hoje, a Ebserh é o que ele apresenta”. Castelo disse que “a essência da discussão deveria ser a saúde pública e não se resumir à opção pela Ebserh”. Oscar Gomes, da Associação dos Trabalhadores em Educação da Unirio (Asunirio), cobrou da reitoria uma postura que reafirme a própria capacidade de administração. “O governo, quando propõe a Ebserh, coloca em questão a competência das administrações das universidades legitimamente eleitas pela comunidade acadêmica”, afirmou.
* Com edição do ANDES-SN
Fonte: Adunirio - Seção Sindical |