Para alertar a população sobre a situação de abandono da unidade e a precariedade das condições de trabalho, os técnicos administrativos do Hospital Universitário Cassiano de Moraes (Hucam), em Maruípe, Vitória, paralisaram as atividades por 24 horas na última quinta-feira (9). “No CTI é comum os trabalhadores encontrarem ratos e baratas. A saída tem sido colocar panos debaixo das portas para evitar que as pragas entrem”, conta a coordenadora-geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras (Fasubra) e coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores na Universidade Federal do Espírito Santo (Sintufes), Janine Teixeira.
De acordo com Janine, o contrato que era mantido com a empresa que fazia o serviço de dedetização do Hucam não existe mais. As condições de trabalho e os riscos à saúde não se restringem a este problema. “Estão reutilizando seringas usadas. Eles lavam e como não tem outra usam de novo no mesmo paciente”, denuncia Janine, demonstrando preocupação com o risco de infecção no local.
Outro problema grave são as obras que estão sendo realizadas em locais de atendimento ao público. “O que temos é muito barulho e poeira. É o caso da unidade que fica ao lado do laboratório onde é feita a coleta de sangue”, relata o diretor do Sintufes José Mageski. Segundo ele, os armários estão cheios de cupins e há falta constante de alimentos e medicamentos.
Privatização
O Hucam passou a ser gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) em abril de 2013. O reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte, que entregou a gestão do Hucam à Ebserh de forma ditatorial, disse que a Empresa resolveria os problemas de recursos humanos, tido por ele como uma das principais questões a serem resolvidas na unidade.
“O que se vê é que muitos problemas ficaram ainda piores. Sem falar que os recursos financeiros, que a Ebserh iria trazer, não são claros”, questiona o diretor do Sintufes José Mageski. De acordo com o Sintufes, cerca de 600 técnicos administrativos em educação trabalham na unidade. Além deles, há os terceirizados, servidores estaduais e municipais cedidos, professores/médicos, entre outros. “Não dá para um hospital funcionar nessas condições. Isso precisa ser resolvido”, cobrou Janine.
* Com edição do ANDES-SN
* Imagem: Adufes - Seção Sindical
Fonte: Adufes - Seção Sindical |