A PEC do Voto Impresso, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n. 135/19, foi rejeitada, nesta terça-feira (10), na Câmara dos Deputados, em Brasília, mesmo com a tentativa de intimidação do presidente da república, que apoiava a medida. Na manhã do dia da votação da PEC, Jair Bolsonaro assistiu a um desfile de veículos das Forças Armadas, na Praça dos Três Poderes.
Bolsonaro tem feito uma série de declarações sobre fraude no sistema eleitoral. Por esse motivo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, no dia 2 de agosto, por unanimidade, abrir uma investigação contra o presidente e incluir no inquérito das fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
O texto-base da PEC determinava a obrigatoriedade da impressão de cédulas físicas em eleições, plebiscitos e referendos. O relatório favorável à PEC já havia sido rejeitado em Comissão Especial no dia 5 de agosto deste ano. Ainda assim, o presidente da Câmara, Arthur Lira, colocou o texto em votação.
Para ser aprovada, a PEC precisaria de 308 votos favoráveis, mas recebeu 229 votos. Foram registrados, ainda, 218 votos contra a medida e uma abstenção. Após derrota no Plenário, a proposta será arquivada.
Quatro deputados do Amazonas votaram a favor da PEC do voto impresso: Átila Lins (PP), Capitão Alberto Neto (Republicanos), Delegado Pablo (PSL) e Silas Câmara (Republicanos). O “não” recebeu quatro votos dos deputados Bosco Saraiva (SD), José Ricardo (PT), Marcelo Ramos (PL) e Sidney Leite (PSD).
“República de Bananas"
Tentativa de intimidar a Câmara a aprovar a PEC, o desfile bélico “prestigiado” por Bolsonaro, no dia da votação da PEC do Voto Impresso, contou com cerca de 150 veículos militares e virou chacota internacional, sendo classificado como “desfile de República de Bananas” pelo jornal britânico The Guardian.
O jornal norte-americano The Washington Post destacou que o fato aconteceu no mesmo dia da votação da PEC do Voto Imprenso, parecendo uma tentativa de intimidação aos opositores do governo. Já o francês Le Monde Diplomatique ressaltou que o desfile ocorre enquanto Bolsonaro sofre queda em popularidade.
O Planalto justificou que o desfile se tratava de um “convite” para a Demonstração Operativa da Marinha, marcada para o dia 16 de agosto, em Formosa (GO). A série de exercício militares acontece desde 1988, mas, nos anos anteriores, a Praça dos Três Poderes não fez parte do trajeto para chegar em Formosa e não contaram com a participação do Exército nem da Aeronáutica.
Fontes: com informações do G1, Correio Braziliense, UOL e Agência Câmara de Notícias
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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