Atendendo ao chamado da defesa da ancestralidade do país, mulheres indígenas de todo o território nacional se preparam para tocar os maracás, de 7 a 11 de setembro, na 2ª Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília (DF), que terá como tema “Mulheres originárias: reflorestando mentes para a cura da Terra”.
O chamado é pela luta em defesa da vida da mulher indígena e contra o genocídio que o governo de Jair Bolsonaro e seus apoiadores impõem aos indígenas com o Projeto de Lei (PL) 2.633/20, conhecido como PL da Grilagem, e o PL 490/2007, que trata do Marco Temporal.
Em Manaus (AM), a Associação de Mulheres Indígenas Sateré Mawé (AMISM) lançou uma campanha com o objetivo de arrecadar recursos para viabilizar a participação de associadas na Marcha. Interessados e interessadas em colaborar devem acessar a página vaka.me/2267840.
A marcha é organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coica) e entidades de base em defesa dos direitos indígenas.
Resistência Indígena
A 1ª Marcha das Mulheres Indígenas aconteceu nos dias 10 a 14 de agosto de 2019, com uma mobilização histórica. O encontro, que teve como tema “Território: nosso corpo, nosso espírito”, contou com a participação de mais de 2 mil pessoas, de 113 povos.
A ação representou uma conquista das mulheres indígenas que buscam visibilidade e voz, pautando questões relacionadas à violência contra a mulher indígena, saúde e educação, além das denúncias de exploração da natureza, em especial da biodiversidade da Amazônia e a não demarcação das terras indígenas.
Em 2020, devido à pandemia da covid-19, não foi possível realizar a ocupação presencial em Brasília, mas, em uma grande articulação, mulheres indígenas se mobilizaram em uma assembleia virtual, nos dias 7 e 8 de agosto, com o tema “O sagrado da existência e a cura da terra”.
Novo acampamento
Como parte do calendário de lutas, está previsto também o Acampamento Luta pela Vida, de 22 a 28 de agosto, em Brasília (DF), que tem como estratégia a mobilização contra as pautas anti-indígenas no Congresso Nacional e as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Para a realização do acampamento, a Apib iniciou uma campanha de arrecadação de doações, que podem ser feitas por meio do site da instituição.
Fontes: com informações da Apib, ANMIGA, Cimi e Internacional da Amazônia.
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