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Diretoria e médicos do HU da UFPI pedem demissão coletiva



De acordo com o site 180 graus, um pedido de demissão coletiva deve ser assinado pela direção do Hospital Universitário (HU) da UFPI e pela equipe médica do local. As demissões representam um protesto contra a subutilização do hospital que funciona desde 2012, após a realização de uma ampla reforma, mas continua enviando pacientes para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) por falta de estrutura, apesar de ter todos os equipamentos necessários. Em 29 de novembro de 2011, a adesão do HU à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi aprovada no Conselho Universitário da UFPI – primeira instituição a aderir à Ebserh.

Ainda segundo a reportagem, este ano, um amplo concurso foi realizado para a contratação de servidores nos níveis médio e superior, mas muitos dos convocados reclamam que estão parados, já que boa parte da estrutura do hospital não é utilizada. Segundo informações, das 200 enfermeiras que constam no quadro de funcionários do local, apenas 60 estariam ocupadas. A situação de abandono das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) é outra situação que incomoda a diretoria e os profissionais do HU. Atualmente, o hospital tem 20 UTIs, mas apenas 10 estão funcionando. Enquanto isso, o HUT está lotado com pacientes em macas nos corredores do local.

O superintendente do HU, Avelar Lopes, entrou de férias e, por problemas de saúde, assinou um pedido de demissão que foi entregue ao reitor da UFPI, José de Arimatéia Lopes. Com ele, também saem a gerente de Atenção Básica, Rosana Alves, e o gerente administrativo, Fábio Napoleão. Os 10 anestesistas e 10 intensivistas também ameaçam deixar o hospital.

De acordo com denúncia dos funcionários, o problema no hospital não é financeiro, e sim burocráticos e administrativos, já que o SUS repassa para o HU R$ 2 milhões por mês. Em setembro deste ano, o Departamento Nacional de Auditoria do SUS do Ministério da Saúde publicou um comunicado, no qual afirmou que “A Ebserh e a Direção do Hospital Universitário do Piauí não estão honrando o contrato de prestação de serviços celebrado com o Gestor do SUS em Teresina”.

Segundo a nota técnica elaborada por solicitação do Ministério Público Federal do Piauí, a Ebserh e a Direção do Hospital Universitário do Piauí, vinculado à UFPI, não haviam implantaram, até a ocasião, os serviços previstos no plano contratual.

A auditoria apontou ainda que “diversos setores e equipamentos do Hospital estão ociosos e/ou funcionando apenas parcialmente, como por exemplo: UTI cardíaca e coronariana, Equipamento de Hemodinâmica (ociosos), enfermarias, serviços de imagem (tomografia, ultrassonografia, Raio x, EEG, ECG), consultas especializadas (funcionando precariamente)”.

Entre outras denúncias presentes no relatório está o fato de o Gestor Municipal do SUS em Teresina repassar mensalmente à Ebserh R$ 2 milhões, independente dos serviços prestados pelo Hospital.

A nota técnica recomendou ainda “a realização de Auditoria no Hospital Universitário do Piauí com o objetivo de identificar as causas do não funcionamento de diversos setores do Hospital, o dano social que essa ociosidade tem causado aos usuários do SUS, bem como o prejuízo financeiro sofrido pelo Sistema Único de Saúde, considerando que a produção do Hospital só representa pouco mais de 1% (um por cento) do valor dos recursos financeiros recebidos do SUS”.

* Com informações e foto do site 180 graus

Fonte: ANDES-SN



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