Os procedimentos de internações do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), órgão suplementar da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), estão suspensos por falta de recursos para a aquisição de insumos hospitalares e remédios. De acordo com o diretor do hospital, Lorivaldo Rodrigues, houve um atraso no repasse de verbas.
Entre os materiais que estão em falta, segundo o diretor, estão anestésicos, medicamentos pré e pós-cirúrgicos, além de reagentes laboratoriais que possibilitam a realização dos exames antes das cirurgias.
Rodrigues explicou que o orçamento anual para recursos supriu a necessidade até o mês de setembro. Segundo o diretor, houve um atraso no repasse de verbas por meio do Governo Federal, que afetou as atividades do hospital.
“Estamos aguardando essa remessa por parte do governo para realizar a compra dos materiais. A verba estava prevista para setembro e, com isso, o hospital ficou com estoque zerado”, disse ao G1. A previsão, segundo Lorivaldo Rodrigues, é que a verba seja liberada nesta sexta-feira (29). Até a primeira quinzena de dezembro os atendimentos devem no HUGV devem estar normalizados, segundo Rodrigues.
Esta semana, cerca de dez pessoas que iriam realizar cirurgias na unidade receberam alta. Os pacientes foram orientados a agendar cirurgia em outros hospitais da cidade. Conforme dados da direção do HUGV, cerca de 50 internações diárias são contabilizadas na unidade.
Atualmente, o HUGV, localizado na Avinda Apurinã, Praça 14, Zona Sul de Manaus, passa por obras para a construção de um novo prédio. Os atendimentos clínicos estão sendo realizados pela entrada da Avenida Afonso Pena.
Segundo a Ufam, a obra irá custar ao Governo Federal R$ 84 milhões. Os trabalhos têm a duração de três anos. O projeto prevê 300 novos leitos, o que engloba maternidade, serviços de ginecologia, pediatria, clínica cirúrgica e médica. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto terá 20 leitos e a infantil, 10. O hospital irá realizar também transplantes, oferecer um parque tecnológico moderno e serviços de oncologia.
Privatização – Recentemente, a Ufam assinou contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), entidade pública de direito privado, para administração do HUGV, pelos próximos 20 anos. Com isso, o HUGV passa a ser o décimo hospital universitário do país a ser integrado ao modelo de privatização criticado pelas lideranças sindicais.
Em entrevista à reportagem da Adua, o diretor do hospital, Lourivaldo Rodrigues, disse que a demora da assinatura do documento - levando em consideração que a Ebserh deveria ter começado a atuar na unidade de saúde em outubro – teve como pano de fundo dúvidas levantadas por reitores de outras Universidades sobre o tempo de duração do contrato e a forma com que as reitorias se relacionariam com a Ebserh.
“Alguns reitores decidiram ouvir os procuradores das universidades juntamente com os da Ebserh para dirimir algumas dúvidas quanto ao tempo de contrato, fixado agora em 20 anos, e a garantia da autonomia da universidade. Desta forma, uma unidade de ideias e itens para todos os hospitais foi formada”, disse, destacando que a reunião ocorreu na última semana de outubro.
Rodrigues ressalta que, mesmo a Ebserh não ingressando em outubro, como era previsto, desde o final do mês, o Plano Diretor do HUGV vem sendo elaborado pela direção em parceria com a empresa pública, visando que todas as ações, atividades e necessidades do hospital sejam contempladas e descritas. O documento com finalização estimada, até junho de 2014, faz parte do cronograma de atividades da Pós-Graduação em Gestão de Hospitais Universitários, cursada atualmente, pelos gestores do HUGV, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Imagem: Arquivo G1 Amazonas
Fonte: G1 Amazonas e Adua |