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Corte do ponto e desconto dos dias: mais ataques à luta da educação no Pará



Em mais uma tentativa de derrotar a forte greve protagonizada pelos professores do estado, o governo do Pará realizou mais um duro golpe contra a categoria. O governador Simão Jatene decidiu, que a partir de segunda-feira (11), cortará o ponto dos docentes, descontará os dias parados, contratará temporários para preencher a vaga dos grevistas e retomará o ano letivo. Esta ofensiva configura-se como mais um desrespeito a uma greve legítima e reafirma o descompromisso deste governo com a educação pública do estado.

Os professores, por outro lado, afirmam que não se curvarão e continuarão na luta por um ensino de qualidade. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) entrou com ação no Tribunal de Justiça do Estado e no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar frear esse ataque.

Para o professor Abel Ribeiro, coordenador estadual da CSP-Conlutas, a ação do governo, além de irresponsável, é inconstitucional, visto que a greve ainda é considerada legal pela Justiça. “O que o governo faz, desde o início da greve é, na verdade, promover uma verdadeira quebra de braço com os trabalhadores, tentando jogar a responsabilidade do caos na educação em cima daqueles que enfrentam todos os dias a triste realidade das escolas. Mas nós sabemos da justeza de nossa luta e não vamos desistir”, afirma.

Na tentativa de dialogar com pais, estudantes e professores que tentassem retornar as aulas durante esta terça-feira (12), o comando de greve circulou por várias escolas do estado. No entanto, elas estavam, em sua maioria, esvaziadas. “Isso é sinal de que os professores entendem de que lado devem estar. Entendem que a proposta de jornada do governo não atende nossas reivindicações e que não há saída possível, a não ser a manutenção e o fortalecimento de nosso movimento”, disse Abel.
 
Assembleia mantém greve

Segundo matéria publicada pelo G1 na terça-feira (12), os professores do estado decidiram, em assembleia, manter a greve, mas desocuparam o prédio da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), ocupado deste o último dia 5. Os docentes estão em greve há 53 dias.
 
De acordo com a reportagem, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), Williams Silva, afirmou que ainda existem entraves na negociação com o governo do estado quanto a dois pontos: o pagamento do retroativo do piso da categoria referente a 2011 e o tempo da jornada de trabalho extraclasse.
 
"O governo propôs pagar o retroativo a partir de janeiro de 2014, condicionando o pagamento à receita do estado, o que significa que se houver queda na arrecadação, não haverá o pagamento e esse é o medo da categoria. Outra questão é quanto ao tempo das jornadas, que foi proposta de 1h30 por semana, mas esse é o tempo às vezes que o professor se desloca de uma escola para outra. Precisamos avançar nisso para corrigir provas, ler um texto, planejar as aulas", afirmou o coordenador à reportagem.
 
Ainda segundo o G1, o Sintepp afirma ainda que ingressará com uma ação na Justiça contra a decisão do governo do Pará de cortar o ponto dos professores grevistas e contratar novos professores a partir do dia 11 de novembro.
 
* Com informações da CSP-Conlutas e do G1
* Fotos: Adufpa - Seção Sindical


Fonte: ANDES-SN



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