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  09/07/2021


Mais de 80 pessoas transexuais foram assassinadas neste ano no Brasil



 

O Brasil é o país que mais mata travestis e transsexuais no mundo e os números atuais confirmam a manutenção dessa realidade. No primeiro semestre deste ano, 89 pessoas trans e travestis no Brasil foram assassinadas e nove cometeram suicídio, conforme levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). No ano passado, foi registrado o número recorde de 175 casos de assassinatos de travestis e mulheres trans no país.

 

No Brasil, homens e mulheres transsexuais possuem estimativa de vida de apenas 35 anos e o homicídio é uma das principais causas da mortalidade precoce. Nestes primeiros seis meses de 2021, além dos assassinatos, também foram registradas 33 tentativas de homicídios e 27 violações de direitos humanos contra esse grupo.  

 

“Ao longo do semestre, vimos repetir em forma e intensidade, a crueldade com que esses casos têm acontecido (...) o ciclo de violência que afeta travestis e mulheres trans se assemelha na medida em que a morte é o ponto final de uma série de violações anteriores”, analisa a Antra. 

 

Idade cai

 

De acordo com a associação, as vítimas têm, em média, de 13 a 35 anos de idade e expressam o gênero feminino, sendo travestis e mulheres trans e negras. Considerando os dados desde 2017 da associação, pessoas cada vez mais jovens têm sido assassinadas, caindo até quatro anos nesse período. A vítima mais jovem de transfeminicídio do país foi uma adolescente de 13 anos, morta no início de 2021, em Camocim (CE). “O país naturalizou um processo de marginalização e precarização para a aniquilação das pessoas trans”, afirma a Antra.

 

A associação alerta que os dados podem ser maiores devida às limitações na coleta de informações, registros governamentais e subnotificações de casos. Porém, os dados coletados já mostram a urgência de políticas de combate à violência transfóbica, ainda mais no atual contexto de retrocesso político com apresentação de projetos de lei que visam estigmatizar e criminalizar a existência trans e impulsionam a violência nas redes sociais e o assassinato de pessoas trans.

 

No relatório, a entidade apresenta recomendações para promover o enfrentamento da transfobia e na busca de um ambiente social seguro para todas as pessoas trans. Entre as orientações está a criação de protocolos policiais para enfrentamento da violência lgbtifóbica no Brasil para o adequado atendimento e abordagem a pessoas LGBTQIAP+ por agentes de segurança pública.

 

Enfrentamento


O ANDES-SN - o qual a ADUA integra - inseriu o Dia do Orgulho LGBTQIA+ (28 de junho) no Calendário de Lutas desde 2019 e aprovou a realização de um Dia Nacional de Combate à LGBTTIfobia nas universidades, institutos e Cefets. O sindicato nacional também levanta debates sobre o tema por meio do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) e produz campanha e materiais, como o documentário “Narrativas docentes: Memória e Resistência LGBT”  e cartilhas, de combate às opressões no sentido de fortalecer o enfrentamento contra a violência trans no Brasil.

 

Leia o boletim completo da Antra aqui 

 

Fonte: com informações do ANDES-SN e Antra



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