Os professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) decidiram, por unanimidade, rejeitar a proposta de reajuste salarial de 3% proposta pelo governo. A decisão foi tomada durante assembleia realizada na última quinta-feira, 4, e aponta para a manutenção de uma greve que já dura 70 dias, a maior da história da instituição.
O motivo para tamanha rejeição da proposta governamental é simples: os professores reivindicam reposição salarial de 23,98%, muito superior ao que o governo oferece. Além disso, eles defendem o descontingenciamento e a ampliação dos recursos orçamentários da UERN e a autonomia financeira da instituição.
Durante as negociações entre a Associação dos Docentes da UERN (ADUERN) e a administração estadual, a ADUERN apresentou não apenas a proposta de reajuste salarial de 23,98% escalonado entre os meses de outubro e dezembro de 2011, mas também sugeriu que o retroativo de abril a setembro poderia ser pago em 2012, seguindo uma programação que seria definida em acordo com ambas as partes. Os representantes do Estado, no entanto, mantiveram-se firmes com a proposta de apenas 3%. Na opinião do presidente da ADUERN, professor Flaubert Torquato, tal posição mostra o desinteresse do governo em acabar com o impasse existente e fere a dignidade dos professores.
As negociações entre o movimento grevista docente da UERN e o governo aconteceram 51 dias depois do início da greve. Por um lado, a espera resultou em frustração, mas ao mesmo tempo gerou uma motivação maior para a luta em prol das reivindicações dos professores. Em matéria publicada no site da ADUERN, informa-se que os professores reafirmaram a unidade de luta e a intensificação das atividades de mobilização. Prova disso é que eles continuaram realizando protestos, tal como o que aconteceu na quinta-feira, 4, durante a abertura da Festa do Bode, evento no qual a governadora do Estado, Rosalba Ciarlini, estaria presente. No sábado, 6, também foram realizadas caminhada e panfletagem.
Acompanhe as notícias sobre a greve no site da ADUERN
O governo do estado parece continuar insensível aos apelos dos docentes. Depois de viver um momento constrangedor com a publicização do que ocorreu na Assembleia Legislativa envolvendo a professora Amanda Gurgel, da rede de ensino médio, os agentes do governo mostram sua intransigência com os docentes do ensino superior.
Fonte: Adua, com informações do ANDES-SN e ADUERN |