Na véspera do 3º Ato Nacional pelo Fora Bolsonaro e Mourão, sexta-feira (2), professores e professoras de instituições de ensino públicas participaram do primeiro dos três dias do 12º Conselho do ANDES-SN (Conad) Extraordinário, que ocorre em formato virtual em razão da pandemia da covid-19. No encontro, houve consenso da necessidade de fortalecimento da unidade de ação e prosseguimento nas ruas do enfrentamento à política genocida de Jair Bolsonaro. O Conad continuará nos dias 9 e 16 de julho.
Pelo menos 76 representantes de seções sindicais do ANDES-SN participaram do primeiro dia do conselho, entre elas a ADUA, com o delegado, professor Aldair Oliveira, o observador, professor José Alcimar de Oliveira, e observadora, professora Ana Lúcia Gomes.
Para o professor José Alcimar de Oliveira, a abertura das discussões dessa importante instância decisória do Sindicato Nacional foi marcada pela análise da conjuntura que apontou como leitura a política de devastação social produzido pelo governo Jair Bolsonaro.
“Diante do desmonte do que ainda resta de política social do Estado brasileiro, sobretudo nas áreas da saúde e da educação, do desemprego crescente, da programática desassistência do governo, que joga os subalternizados na fome e no desespero, os delegados, observadores e convidados participantes do 12° Conad não vislumbraram outra saída senão o fortalecimento da ação unitária da classe trabalhadora e a ocupação das ruas. Diante de um governo mais mortal do que o vírus, não há outro caminho de resistência e de luta para barrar os ataques à vida da maioria do povo brasileiro”, enfatizou o professor.
No primeiro dia do Conselho, foi debatido o tema “I – Conjuntura” com base em sete textos. As análises abordaram a crise mundial do capital, que se aprofundou no último período, com impacto devastador para as condições de vida e trabalho, agravadas pela pandemia de covid-19. As lutas da classe trabalhadora da América Latina, com destaque para Peru, Colômbia e Chile, foram ressaltadas nas falas, sendo considerado mais um motivo para as manifestações das ruas no Brasil.
As análises também apontaram ataques ao serviço público, como as contrarreformas, em especial a Administrativa (PEC 32); os cortes orçamentários na área da Educação; a intervenção na autonomia universitária com a indicação de reitores e reitoras; e os desmontes de políticas sociais. Também foram citadas as ações de genocídio aos povos originários, ataques aos seus territórios e às reservas naturais, e as privatizações das empresas públicas.
Durante as falas foi apontada também a necessidade de construção do IV Encontro Nacional de Educação (ENE), previsto para ocorrer em 2022, como instrumento de luta e reorganização da classe trabalhadora e ações pelo Fora Bolsonaro e Mourão. Devido à pandemia, a Coordenação Nacional das Entidades em Defesa da Educação Pública e Gratuita (Conedep) orientou, em junho, que as entidades fizessem o adiamento do encontro até que haja condições sanitárias para a realização, motivada pela necessidade da modalidade presencial, considerando a metodologia do encontro. Leia mais sobre o assunto aqui.
Neste primeiro dia do conselho, também foi realizada a divisão em grupos mistos para os debates nos próximos dias do 12º Conad. Na sexta-feira (9) está prevista a discussão sobre o Plano de Lutas dos Setores do ANDES-SN e a plenária do Tema II - Questões Organizativas e Financeiras. Já no último dia do Conselho (16), irão ocorrer as plenárias do Tema III discussão do Plano de Lutas dos Setores e de encerramento.
Unidade da Luta
Durante a Plenária de Abertura, a presidente do ANDES-SN, Rivânia Moura, enfatizou que o 12º Conad Extraordinário acontece em um momento de pandemia, da crise do capital e de um profundo ataque à vida da classe trabalhadora. “O ANDES-SN tem a tarefa histórica de continuar firme na luta da classe trabalhadora, em defesa da Educação Pública, contra todas as formas de exploração e opressão. O tema deste Conad expressa a urgência dessa luta, em defesa da vida, da educação pública e dos serviços públicos”, disse.
Em todas as falas foi feita a reafirmação da luta pela saída de Jair Bolsonaro. “Nesse momento, a unidade precisa ser feita com todos aqueles que querem o Bolsonaro fora do poder. É unidade de ação, pontual, para derrotar o governo e construir outra saída. E para além das mobilizações, é preciso construir uma Greve Geral sanitária no nosso país, parar as produções, que é quando o Capital sente mais”, afirmou o integrante da Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas), Paulo Barela.
A integrante do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta por Direitos e Liberdades Democráticas, Sirlene Maciel, também ressaltou a importância da unidade. “Estamos enfrentando um governo que tem políticas de extrema-direita, que assassinam o nosso povo e, junto com isso, a crise econômica, o desemprego, o aumento dos preços dos alimentos. Uma política de privatizações e de ataques aos direitos da classe trabalhadora e nós precisamos resistir. Nesse sentido, é necessário a unidade de todas as entidades sindicais, movimentos populares e estudantis, e centrais sindicais para barrar essas medidas”, disse.
O primeiro dia do 12° Conad Extraordinário contou com a presença de 251 pessoas, sendo 66 delegados e delegadas, 138 observadores e observadoras, 33 diretores e diretoras e 14 convidados e convidadas.
Fonte: com informações do ANDES-SN
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