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  01/07/2021


“Aquilombar as Lutas com Raça e Classe para Derrotar o Capitalismo, Bolsonaro e Mourão” é tema de congresso nacional



Com tema “Aquilombar as Lutas com Raça e Classe para Derrotar o Capitalismo, Bolsonaro e Mourão”, o 1º Congresso Nacional Estatutário do Movimento Quilombo Raça e Classe será realizado de 22 a 25 de julho. A atividade irá ocorrer virtualmente pela plataforma Zoom da Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas).

 

Na programação estão previstos painéis, mesas e grupos de discussão que irão abordar temas como: a reorganização do movimento negro no Brasil, a organização das mulheres negras, a importância do marxismo frente ao pós-modernismo e a necessidade de um instrumento de luta como o Quilombo Raça e Classe.

 

Conforme a organização do encontro, o objetivo central é a “afirmação de uma organização do Movimento Negro Mista com a concepção de Raça e Classe, que prima por um programa socialista, internacionalista, com independência de classe e autônomo aos governos e patrões, bem como o fortalecimento da construção, organização de base e sua estruturação”.

 

Cerca de 200 pessoas já estão confirmadas para entre delegadas, delegados, observadoras, observadores, convidas e convidados, que foram eleitas e eleitos previamente nas plenárias estaduais realizadas em maio e junho. O congresso é precedido também de pré-congressos Norte-Nordeste e Sul-Sudeste.

 

“O movimento negro está passando por mais um processo de reorganização. Os atos denunciando o racismo nas mortes de George Floyd, nos Estados Unidos, e do negro Beto, em Porto Alegre, são pontos cruciais desse processo, assim como o ressurgimento do debate das reparações históricas nos Estados Unidos, na África, na Alemanha e no Brasil”, explica o dirigente Nacional do movimento e um dos organizadores do congresso, Júlio Condaque.

 

O dirigente ressalta que esse cenário é combinado com as mobilizações contra a covid-19, a fome e a miséria, que vêm aumentando no continente africano e no terceiro mundo, “enegrecendo” a desigualdade social e racial escancarada na pandemia, o que, segundo Condaque, tem internacionalizado e unificado a luta racial.

 

“No Brasil, apesar da violência se expressar cotidianamente contra a população negra, infelizmente, não conseguimos ainda ver uma resposta à altura. As ações da maioria dos movimentos sociais negros ainda são aquém dos ataques feitos por este governo. Não estamos negando que existam reações, resistência e luta, mesmo que a pandemia esteja nos colocando limitações, mas elas estão longe da resposta necessária”, afirmou.

 

O coordenador do congresso avalia que a atual conjuntura é um momento ímpar para a luta de classe negra. “Temos que nos inspirar nas lutas protagonizadas por nossos ancestrais quilombolas, no exemplo dos negros americanos e avançar na auto-organização e luta dos trabalhadores e do povo negro brasileiro. Aquilombar é preciso!”, disse.

 

A dirigente nacional do movimento e integrante da organização do congresso, Maristela Farias, explicou que o encontro visa formalizar a entidade para disputar a reorganização de um patamar político, organizativo e estrutural, que privilegie a democracia interna e o fortalecimento de princípios e estratégias mais sólidas e melhor organizadas pela base.

 

“Queremos um estatuto para elaborar um programa de ação que fortaleça a nossa organização e a luta contra este projeto de nação que nos oprime e nos explora e que mantém um novo processo de escravismo que precisa ser combatido dia a dia. É preciso eleger uma nova direção combativa e que implemente, no cotidiano das lutas diretas, as ações políticas tiradas pela maioria na entidade e em seus fóruns de base e de direção”, afirmou.

 

Fonte: com informações da CSP-Conlutas



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