O reitor interventor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Bulhões, desligou, no dia 2 de junho, o desligamento de, pelo menos, 190 cotistas que estavam matriculados ano letivo de 2021 e dependiam de análise de matrícula.
Os estudantes foram surpreendidos com a decisão informada por e-mail e realizaram um ato na segunda-feira (7), em frente à reitoria da universidade para cobrar um novo prazo para que os discentes regularizem a situação. A atividade foi organizada pelo Diretório Central dos Estudantes da UFRGS (DCE).
A seção sindical do ANDES-SN na UFRGS esteve presente na manifestação e defende “que a administração central ofereça alternativas ao desligamento sumário de estudantes que ainda não conseguiram reunir a documentação solicitada ou que têm problemas na documentação”.
“A matrícula provisória é um instituto precário que perdura há muitos anos em nossa Universidade e precisa ser resolvido de pronto. Ainda, em um semestre em Ensino Remoto Emergencial [ERE], o desligamento de estudantes dessa maneira contradiz a Resolução 25/2020 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que regulamenta o ERE”, reforçou em nota a seção sindical ANDES-SN/UFRGS.
O DCE lamentou a expulsão de jovens favorecidos pelas políticas de ações afirmativas, “que popularizam o perfil da nossa universidade”, e repudiou “a gestão do interventor bolsonarista Carlos André Bulhões, que ignora completamente como a crise sanitária vem afetando nosso país e insiste na tentativa de impor uma suposta normalidade para os estudantes cotistas com problemas na matrícula”.
Em nota, a diretoria do ANDES-SN também repudiou a decisão de Carlos Bulhões, a qual classifica como autoritária e que busca “eliminar do cotidiano da universidade exatamente aqueles sujeitos que representam o lado oposto à lógica bolsonarista. São os/as estudantes pobres, vindos/as de escola públicas, negros e negras, indígenas, filhos e filhas da classe trabalhadora que expressam a necessidade de avançarmos ainda mais nas políticas de cotas”.
No documento, o Sindicato Nacional conclamou docentes de todas as Universidades, Institutos Federais e Cefets a se somarem às mobilizações, em defesa de uma educação pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada.
Foto: Pedro Feltrin
Fonte: ANDES-SN
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