Professores em greve realizaram durante toda a segunda-feira (30) uma manifestação em torno do prédio da Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia. O protesto começou nas primeiras horas da manhã, com representantes do magistério chegando em grande número para apoiar um grupo que estava acampado do lado de fora do Palácio Pedro Ernesto, desde que foram expulsos com violência do plenário da Câmara pela Polícia Militar (PM) na noite de sábado (28).
A manifestação seguia sem tumulto, até que a Tropa de Choque resolveu, por volta das 21 horas, dispersar os black blocs que participavam do protesto em apoio aos professores. Oito pessoas foram detidas e pelo menos outras seis ficaram feridas. Fotógrafos registraram o momento em que um jovem foi agredido com golpes de cassetetes por três policiais.
Segundo a PM, o cerco aos professores acampados ao lado da Câmara foi ordem do presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB). O deputado Gilberto Palmares (PT) criticou a decisão de isolar os manifestantes e ajudou a negociar a diminuição do efetivo policial durante o dia. “Embora a greve seja do âmbito municipal, não podemos fechar os olhos, pois todos lutamos por uma educação melhor, seja para a cidade do Rio, seja para o nosso estado”, disse Palmares.
Na manhã desta terça-feira (1º), o policiamento nas ruas do entorno da Câmara do Rio foi reforçado. Mais de 20 carros do Batalhão de Choque estavam estacionados atrás da Câmara por volta das 6h30. Grades foram colocadas nas ruas próximas da Câmara e pessoas que passam pelo local são abordadas pelos policiais.
Plano de Cargos e Remunerações
A manifestação de segunda-feira teve como objetivo pedir o cancelamento imediato do Plano de Cargos e Remunerações enviado pela Prefeitura aos vereadores. A votação do projeto está marcada para esta terça-feira (1º).
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e a secretária municipal de Educação, Claudia Costin, participaram de um chat (sala de bate-papo) pela internet, das 20h às 22h, quando responderam a mais de 40 perguntas enviadas por professores. Ele abriu a conversa fazendo uma defesa do plano de carreira do magistério, reafirmando que a prefeitura cumpriu a sua parte nos três acordos firmados com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) desde o início da greve, em 8 de agosto. No entanto, os servidores da Educação argumentam que o projeto foi elaborado sem a participação da categoria, e por isso não contempla as reivindicações do setor.
Fonte: Brasil de Fato |