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  01/06/2021


Combate à pandemia: ações das universidades públicas beneficiaram mais de 85 milhões de pessoas



As universidades públicas brasileiras, por meio da rede de hospitais universitários, atenderam mais de 85 milhões de pessoas em 2020 nas várias frentes de apoio e enfrentamento à Covid-19. A média foi de 147 mil pessoas beneficiadas por mês, em cada instituição.

 

Os dados, divulgados na segunda-feira (31), são da pesquisa inédita “Conhecimento e cidadania: ações de enfrentamento da covid-19”, coordenada pelo Colégio de Gestores de Comunicação das Universidades Federais (Cogecom), da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O levantamento teve participação de 48 das 69 instituições (o equivalente a 70% do total) que compõem a rede federal de ensino superior.

 

Conforme a pesquisa, a rede federal de hospitais universitários, formada por 50 hospitais vinculados às 35 universidades, disponibilizou, desde o início da pandemia, mais de dois mil leitos para pacientes com Covid-19. Desse total, cerca de 1.300 leitos são de enfermaria e em torno de 700 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

 

“Nós temos falado muito, desde o início da pandemia, que as universidades federais não pararam. Mas esse levantamento mostra isso em números, mostra concretamente o que a gente fez, apesar da pandemia e da suspensão das atividades presenciais. O levantamento mostra também o que é a universidade, o que ela faz e qual é a produção que atende grande parte da população. Mostra que a atividade que a universidade realiza não é só para seu público interno, mas uma atividade que se expande para a sociedade como um todo”, afirmou a reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Joana Angélica Guimarães (UFSB). A docente ressaltou que os cortes não ocorreram apenas neste ano, mas somam-se às restrições orçamentárias de anos anteriores o que impacta as atividades das instituições.

 

O estudo revelou, ainda, a realização de 73.825 projetos de pesquisa (sendo pouco mais de 2 mil exclusivamente sobre a covid) e 29.451 de extensão, e de mais de 670 mil testes de Covid-19, além da produção de mais de 691 mil litros de álcool 70%, 515 mil escudos faciais (face shields), 651 mil máscaras, somente em 2020. Mesmo com as restrições da pandemia, as instituições também formaram mais de 50 mil estudantes e centenas de novos mestres e doutores concluíram os cursos de pós-graduação.

 

O levantamento revela que as universidades federais não pararam as atividades e ainda redobraram esforços durante a pandemia. “Recebemos esses números com alegria, mas não com surpresa, porque nunca esperamos nada diferente das nossas instituições, mesmo diante da maior crise sanitária da história, as universidades federais honraram o compromisso com a ciência e com os brasileiros”, afirmou o presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira.

 

Cortes orçamentários

 

Apesar desse desempenho, o funcionamento das universidades está ameaçado devido a mais cortes nos orçamentos. Os recursos destinados às instituições federais de ensino públicas para o ano de 2021 é 18,16% menor em relação ao ano passado. Esses recursos correspondem à verba discricionária, ou seja, aquela destinada a custear o pagamento de despesas como água, luz e limpeza, e manutenção da infraestrutura.

 

Após a sanção do Orçamento de 2021, o governo Bolsonaro anunciou o contingenciamento de R$ 9,2 bilhões e o veto de R$ 19,8 bilhões em gastos. Com isso, o Ministério da Educação (MEC) teve cerca de R$ 3,5 bilhões cortados: R$ 2,73 bilhões bloqueados temporariamente e R$ 1,2 bilhão vetados.  Na ocasião, quase a totalidade dos cortes referia-se a verbas para o ensino superior, com a alegação de que as universidades não estavam funcionando presencialmente durante a pandemia de covid-19. No dia 14 de maio, o Ministério da Economia anunciou a liberação de R$ 2,61 bilhões para essas instituições de ensino.

 

“Essa apresentação é muito oportuna num momento em que nós lutamos pela recomposição do orçamento das universidades públicas brasileiras. É do conhecimento de todos o grau de dificuldades que estamos enfrentando com esse cenário”, afirmou o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Afonso Burmann.

 

Fotos: Governo Federal, Unimontes/Divulgação, Marcos Solivan/UFPR e UFS/Divulgação

 

Fonte: Andifes, Ufes e portal O Documento



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