A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa-Seção Sindical do ANDES-SN) lançou uma campanha para arrecadar recursos para a compra de uma nova sede para a Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn, em Jacareacanga, no sudoeste do Pará. O antigo prédio foi depredado, em março deste ano, por garimpeiros e grupos favoráveis à mineração ilegal.
No ataque à sede, foram destruídos documentos, móveis e equipamentos, além de produtos indígenas à venda no local. A violência foi uma tentativa de silenciar as mulheres Munduruku, contrárias à mineração ilegal em terras indígenas. O prédio vandalizado era de uso coletivo com outras organizações indígenas antigarimpo.
A campanha para a arrecadação de recursos tem o apoio do ANDES-SN e da Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas), e já arrecadou cerca de R$ 20 mil. "Qualquer doação é muito importante, essa é uma luta de todos nós e é parte da defesa da Amazônia, tão agredida nesses anos de avanço do neofascismo", afirma o ex-diretor da Adufpa, Gilberto Marques.
As doações estão sendo feitas na conta bancária da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn que tem os seguintes dados: Banco Bradesco, Agência 0759-5, Conta Poupança 38295-7 e CNPJ. 30.024387/0001-87. Após a doação, os (as) colaboradores(as) devem enviar o comprovante pelo Whatsapp (91) 98883-0968 ou para o e-mail secretaria@adufpa.org.br.
Munduruku
O povo Munduruku tem relatado aumento da invasão garimpeira às suas terras desde o início da década passada, quando foram anunciados vários projetos hidrelétricos na região onde vivem. Nos últimos três anos o problema vem se intensificando com o avanço de maquinário pesado, grupos armados e helicóptero suspeito de escoltar os criminosos, que estão avançando em direção a bacias hidrográficas fundamentais para a garantia da vida indígena.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigações para apurar os ataques praticados contra o povo Munduruku e cobrou providências das autoridades para ações mais efetivas de combate à mineração ilegal na região.
Fontes: ANDES-SN, Adufpa e MPF
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