A Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA) emite nota pública sobre a chacina que aconteceu na comunidade Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Leia a nota na íntegra:
NOTA DA ADUA CONTRA A POLÍTICA DE EXTERMÍNIO DA POPULAÇÃO NEGRA
(a pele racista da justiça burguesa)
A Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas – ADUA (Seção Sindical do ANDES – Sindicato Nacional) manifesta o seu mais veemente repúdio à política de extermínio protagonizada pelo Estado, com suas marcas de sangue, na comunidade de Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, na manhã do dia 06 de maio de 2021. Não há limite para o pior quando o pior se converte em critério da ação política. Quantas vidas são necessárias para que a política da morte produza mais uma chacina? As 25 vidas matadas, oficialmente confirmadas, na chacina de Jacarezinho indicam algum limite?
Mais do que um lugar no mapa do Brasil, Jacarezinho é a topografia cruel da barbárie social em que vivem os socialmente vulnerabilizados, como sobrantes das políticas públicas do Estado brasileiro: povos indígenas, população negra, população de rua, população carcerária, desempregados, subempregados, os milhões que sobrevivem da informalidade.
Teremos que admitir que a chamada Constituição Cidadã, de 1988, virou letra morta? Configura crime gritar pelo direito à vida nela formalmente garantido? Numa América Latina historicamente vampirizada pela barbárie real e visível das mãos invisíveis do capital genocida, Brasil e Colômbia são hoje o retrato mais acabado do poder do Estado capturado pela geopolítica do crime e da destruição. Até quando o silêncio?
Em defesa da vida, dos direitos e das garantias fundamentais.
Diretoria da ADUA – Seção Sindical - Biênio 2020-2022
Manaus, AM, 07 de maio de 2021
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