A curiosidade dos(as) leitores(as) e pesquisadores(as) sobre as questões feministas e de violência nos espaços universitários foi despertada nesta quinta-feira (29) com o pré-lançamento do livro Violência contra as mulheres nas universidades. O livro foi construído por muitas mãos, sendo uma coletânea de textos de mais de 30 pesquisadoras feministas do Brasil, Argentina e Canadá, em um debate articulado entre militância e produção acadêmica.
Segundo a docente Milena Barroso, organizadora do livro, a obra tem uma potência relevante no sentido de refletir sobre um tema caro e desafiante. “A nossa intenção já é iniciar a divulgação desse material e contribuir para garantir o acesso das pessoas, de toda a comunidade acadêmica e, também, de fora da universidade, que tem interesse nessa discussão para o acesso a essa referência teórica, bibliográfica.”
O livro está em processo de impressão e deve ser lançado em um evento virtual nos próximos meses. Uma prévia pode ser acessada aqui.
O livro Violência contra as mulheres nas universidades é constituído de 250 páginas, com 15 artigos, e terá também uma versão no formato e-book disponibilizada ao público em breve.
A produção editorial é feita pela Editora ALEXA Cultural e Editora da Universidade Federal do Amazonas (Edua), com a produção editorial de Cristina Lima e projeto gráfico desenvolvido por Isabella Alves e Filipe Aca.
A expectativa é de que a comunidade acadêmica possa se juntar no debate e na luta pelo fim das opressões. Os (as) interessados (as) em mais informações sobre lançamento e como acessar o livro podem enviar e-mail para vcmnasuniversidades@gmail.com
O Estudo
A publicação apresenta um conjunto de reflexões feministas sobre as violências sofridas pelas mulheres nas universidades, sendo resultado também do projeto de pesquisa “Violência contra as mulheres na universidade: uma análise nas instituições de ensino superior no Amazonas”.
Esse estudo envolveu uma equipe multidisciplinar de pesquisadore(a)s, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e contou com a participação de 1.166 pessoas das comunidades acadêmicas.
O público-alvo foram estudantes, técnico(a)s, professore(a)s e funcionário(a)s terceirizado(a)s que estudam e trabalham nas principais instituições de ensino superior público do Amazonas, Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Como resultado do projeto também foi produzida a cartilha “Universidade sem Violência: um direito das mulheres”, lançada neste mês de abril, no sentido de contribuir no enfrentamento às opressões e a violência no contexto das universidades, a qual pode ser lida aqui
Abordar esta temática é de grande importância na conjuntura atual. Milena Barroso ressalta que a contribuição é para tentar descortinar esse tema e ao mesmo tempo apontar possibilidades de enfrentamento. “Ao mesmo tempo que a universidade tem papel fundamental no sentido de produzir conhecimento, saber e do seu potencial transformador da sociedade, ela também acaba por produzir e reproduzir violências que nos levam muitas vezes a naturalizar procedimentos, condutas, relações sexistas, racistas, LGBTQIfóbicas, e isso nos leva muitas vezes a adoecimentos, constrangimentos e inclusive desistências no sentido de permanecer com projetos importantes dentro desses espaços acadêmicos”, afirma, Milena.
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