Depois de mais de 70 dias em greve, os servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Mato Grosso retornaram ao trabalho nesta segunda-feira (9). No entanto, a categoria pôs fim à greve sem avanços nas negociações com o governo federal. Conforme o Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep-MT), o reajuste de 15,8%, proposto pelo governo, foi recusado pelos trabalhadores, que pediam a equiparação com o salário dos trabalhadores das agências reguladoras.
"Se o governo quiser dar o reajuste, será por conta dele porque nós não aceitamos. Não tem cabimento aceitamos a mesma proposta que já havíamos recusado no ano passado", disse Carlos Alberto de Almeida, presidente do Sindsep. Ele explicou que, em Mato Grosso, 35 servidores, o correspondente a metade do quadro, paralisam as atividades, já que uma decisão judicial havia determinado a manutenção de 50% dos serviços.
Com a equiparação salarial, os servidores teriam um reajuste médio de 30%. A contrariedade da categoria em relação à proposta do governo se dá pelo fato de o reajuste ser pago de forma parcelada. Na próxima quarta-feira (11), está agendada uma reunião com o representantes de todos os estados para avaliar os efeitos da greve, assim como os atrasos nas obras, e ainda a continuidade à mobilização nacional em prol da pauta de reivindicações dos profissionais.
O presidente do Sindsep afirmou que os servidores estão sem aumento salarial desde 2008. Atualmente o salário base é de R$ 2.400, o que, na avaliação do presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo, não é "nenhum pouco atraente". "No último concurso, somente 800 pessoas tomaram posse no concurso, por causa do salário baixo", pontuou. Em todo o país, o Dnit conta com 2,6 mil servidores.
A greve da categoria foi deflagrada no dia 25 de junho deste ano.
Fonte: G1/ Mato Grosso |